O esporte como plataforma de engajamento
A despeito da violência nos estádios brasileiros e alguns outros lugares do mundo, a atividade esportiva sempre foi um meio de socializar as pessoas e formar cidadãos melhores. Capaz de emocionar e apaixonar multidões, o esporte contém ingredientes mágicos de engajamento, que aliados a causas nobres e ações criativas formam uma tríade com forte poder de impacto e viralização.
No inicio deste mês de abril, por exemplo, a marca de bebidas Powerade, uma das patrocinadoras oficiais da Copa do Mundo, resolveu relatar a incrível jornada de superação de Nico Calabria, um garoto que nasceu sem a perna, mas com muita coragem, garra e autoestima. O suficiente para praticar atividades esportivas, desde muito cedo, incluindo o seu esporte preferido: o futebol.
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Há pouco mais de uma semana, o canal Fox Sports também usou a criatividade para tocar num crítico ponto social: o racismo que ainda assola o país, em pleno século 21. O retrato dos jogadores pintados de todas as cores, por crianças entre 4 e 6 anos, foi exibido pela emissora durante a escalação do Cruzeiro, na partida contra o Real Garcilaso, do Peru, pela Taça Libertadores. Os desenhos multicoloridos mostraram o quanto a cor das pessoas não parece ser importante para as crianças na campanha com título autoexplicativo: “Todas as cores contra o racismo”.
E esse universo de ações de engajamento não fica restrito ao campo das marcas. Algumas entidades esportivas já começaram a abrir os olhos e ver que também podem ser capazes de desenvolver iniciativas para melhorar a vida de alguém. Ou pelo menos proporcionar uma experiência transformadora. Um bom exemplo foi a ação promovida pelo Corinthians no último Dia Internacional da Síndrome de Down (21 de março). O clube paulista contratou o garoto Caio Tadeu Batista, portador da deficiência, para ter um dia completo de jogador, com direito a toda a rotina dos atletas profissionais, até chegar à apoteótica entrada do time em campo. O resultado é exultante, nítido e comoventemente explicito no sorriso e nos olhos do menino.
O esporte pode até não jogar sozinho, mas é capaz de desequilibrar em campo e tirar questões sociais do desempate com grandes jogadas na difícil partida que é a vida das pessoas.
Por Renato Rogenski, editor-chefe do Portal Adnews