A propaganda capaz de salvar crianças

Para evidenciar a tragédia do dia a dia, sofrida por diversas crianças em todo o mundo, uma agência de propaganda canadense lançou recentemente três filmes com alto grau de impacto. São peças que desnudam de maneira desconcertante o contraste que há entre esses pequenos indivíduos em diferentes lugares do planeta.

Interessante notar que a propaganda, que recorrentemente recebe questionamentos quanto ao seu suposto impacto negativo sobre o público infantil, também pode ser utilizada como uma ferramenta interessante para ajudar as crianças de inúmeras maneiras, através de mensagens positivas ou de alerta, sobretudo com relação a questões delicadas como abuso sexual ou a exploração do trabalho infantil.

A campanha abaixo foi criada para a Visão Mundial, entidade que luta para erradicar a pobreza e ajudar a melhorar a vida das crianças. Cada um dos filmes começa com belas cenas, mas termina com a dura realidade de vida de um escravo mirim.

Para não ficar apenas nesse exemplo, vale relembrar o trabalho de uma agência brasileira, que utilizou elementos lúdicos para também adentrar a problemática questão. As imagens inocentes não descartam o impacto da mensagem, com frases escritas sobre um “boneco de massinha”.

Nesta outra ação, dessa vez em Portugal, inúmeras pessoas provam uma suposta nova bebida de chocolate num centro comercial em Lisboa. Ao degustar o líquido, os participantes da “pegadinha” têm uma reação negativa, já que o produto é propositalmente amargo. O objetivo é mostrar quão “amarga” é a vida dos jovens que cultivam o cacau na Costa do Marfim e arrecadar 15 mil euros para a construção de cinco escolas no país africano.

Outro trabalho, criado para a Safernet Brasil, organização não governamental de defesa dos direitos humanos na internet, mostra crianças com cara de adultos.

Por fim, também vale a pena conferir essa ação criada para a Fundação Anar. A instalação mostra o rosto de um garoto seguido da mensagem “Às vezes, o maltrato infantil só é visível para o garoto que sofre”. Esta mensagem é mostrada quando um adulto olha o mobiliário. Porém, se uma criança (indivíduo de até 1,35m de altura) se aproxima da mesma instalação, o rosto no painel se modifica, ganhando hematomas e uma mensagem diferente.

Por Renato Rogenski, editor-chefe do Portal Adnews