Turismo promove impacto social por meio de roteiros inusitados

03/07/2014 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 19:05

Se é certo que toda viagem te leva de um lugar para outro, pode-se dizer que ela também te faz enxergar uma nova perspectiva. Dentro das muitas possibilidades que uma viagem pode ter, a Aoka Tours, operadora de turismo sustentável, decidiu apostar no seu poder de gerar uma mudança social tanto para quem visita quanto para quem é visitado.

Grupo de turistas percorre vielas da favela Paraisópolis, na zona sul de São Paulo
Grupo de turistas percorre vielas da favela Paraisópolis, na zona sul de São Paulo

“Aoka nasceu de um sonho. O sonho de transformar pessoas por meio de experiências vivenciais que promovem encontros inesperados. Encontros que conectam pessoas no nível do coração e, assim, conscientizam e enriquecem as vidas dos dois lados”, conta Ricardo Gravina.

Fundada em 2009, juntamente com o sócio Daniel Contrucci, dentro do Impact Hub, a empresa leva grupos para conhecer lugares como a África Masai, Reserva Mamirauá, na Amazônia, Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, Pantanal, Rio de Janeiro entre outros destinos que tenha viés sustentável e possam proporcionar a interação com a comunidade local e os seus valores.

“Acreditamos que grande parte dos problemas que existem no mundo se devem à uma compreensão muito limitada das pessoas em relação à realidade”, diz Gravina. “Seja pela falta ou pelo excesso de informação, não conseguimos dimensionar e relacionar os impactos sociais e ambientais decorrentes de nossas ações, nossos hábitos de consumo, nosso individualismo.”

Guia conversa com turistas em San Sebastian, na Espanha
Guia conversa com turistas em San Sebastian, na Espanha

Os sócios criaram a empresa com base no modelo “ganha-ganha”, com foco em criar três impactos: geração de renda (26% do faturamento é direcionado para rede da empresa), inclusão social e valorização das culturas marginais.

“Pela perspectiva dos nossos clientes, as experiências possibilitam que pessoas possam acordar seu senso de coletividade, superar o egocentrismo e o medo da escassez , que é a raiz do desejo de consumir e acumular, despertando assim o lado generoso e compassivo que habita cada um de nós”, conta o empreendedor.

Artesã do Quilombo do Campinho, em Paraty, no litoral do Rio
Artesã do Quilombo do Campinho, em Paraty, no litoral do Rio

Já pela perspectiva das comunidades, Gravina explica que as experiências são formas de promover a autoestima, de gerar renda, incluir socialmente e valorizar a diversidade e a sabedoria das culturas tradicionais.