Turismo promove impacto social por meio de roteiros inusitados

Se é certo que toda viagem te leva de um lugar para outro, pode-se dizer que ela também te faz enxergar uma nova perspectiva. Dentro das muitas possibilidades que uma viagem pode ter, a Aoka Tours, operadora de turismo sustentável, decidiu apostar no seu poder de gerar uma mudança social tanto para quem visita quanto para quem é visitado.

Grupo de turistas percorre vielas da favela Paraisópolis, na zona sul de São Paulo

“Aoka nasceu de um sonho. O sonho de transformar pessoas por meio de experiências vivenciais que promovem encontros inesperados. Encontros que conectam pessoas no nível do coração e, assim, conscientizam e enriquecem as vidas dos dois lados”, conta Ricardo Gravina.

Fundada em 2009, juntamente com o sócio Daniel Contrucci, dentro do Impact Hub, a empresa leva grupos para conhecer lugares como a África Masai, Reserva Mamirauá, na Amazônia, Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, Pantanal, Rio de Janeiro entre outros destinos que tenha viés sustentável e possam proporcionar a interação com a comunidade local e os seus valores.

“Acreditamos que grande parte dos problemas que existem no mundo se devem à uma compreensão muito limitada das pessoas em relação à realidade”, diz Gravina. “Seja pela falta ou pelo excesso de informação, não conseguimos dimensionar e relacionar os impactos sociais e ambientais decorrentes de nossas ações, nossos hábitos de consumo, nosso individualismo.”

Guia conversa com turistas em San Sebastian, na Espanha

Os sócios criaram a empresa com base no modelo “ganha-ganha”, com foco em criar três impactos: geração de renda (26% do faturamento é direcionado para rede da empresa), inclusão social e valorização das culturas marginais.

“Pela perspectiva dos nossos clientes, as experiências possibilitam que pessoas possam acordar seu senso de coletividade, superar o egocentrismo e o medo da escassez , que é a raiz do desejo de consumir e acumular, despertando assim o lado generoso e compassivo que habita cada um de nós”, conta o empreendedor.

Artesã do Quilombo do Campinho, em Paraty, no litoral do Rio

Já pela perspectiva das comunidades, Gravina explica que as experiências são formas de promover a autoestima, de gerar renda, incluir socialmente e valorizar a diversidade e a sabedoria das culturas tradicionais.