Machucado e com bala alojada, aluno do Piauí vai às aulas na maca
Esforço de aluno é considerado exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação
O estudante de medicina de Teresina Leandro Silva de Sousa, de 21 anos, ficou paraplégico após levar cinco tiros quando apartava uma briga. Ele vai de ambulância para a Universidade Federal do Piauí e assiste às aulas na maca.
Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.
De acordo com informações do jornal “Folha de S.Paulo”, ele desloca-se nessa condição por todo o campus e vê as aulas, por até oito horas, deitado de bruços.
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O jovem enfrenta a situação desde março, encarando olhares curiosos, dores e falta de acessibilidade. Tudo pelo sonho de ser médico.
A briga entre amigos que ele apartou aconteceu há quatro anos. Recebeu um tiro no fígado, um no pulmão, um na barriga, um de raspão na perna e outro na coluna. O projétil que provocou a lesão medular ainda está em seu corpo. O homem que o baleou à queima-roupa está solto, esperando julgamento.
Apoio local
Ele mora em uma quitinete com cerca de 30 m² perto da universidade, com a mãe e a cuidadora. Mudou-se da casa emprestada em que morava antes para tentar facilitar os deslocamentos. Toma banho deitado na sala, pois não caberia no microbanheiro.
O pai é caminhoneiro, sustenta a família com R$ 1.400 e fica na casa da filha mais velha –já que não cabe no apartamento. A família paga R$ 450 de aluguel e R$ 1.600 mensais com a ambulância.
Como a conta não fechava, os colegas da faculdade fizeram uma vaquinha para ajudar nas despesas e para a aquisição de uma cadeira de rodas especial, que fica em pé. A universidade pretende assumir o transporte do aluno e oferecer a ele uma bolsa de R$ 400.
Embora precise retirar a bala, Sousa resiste, pois não quer interromper o curso. “Decidi ser médico vendo o sofrimento das pessoas no hospital, enquanto eu mesmo fiquei internado e passava por dores horríveis emocionais e físicas”, explica o rapaz. “Quero fazer algo para melhorar a saúde no Brasil, para diminuir a falta de acesso a cuidados de qualidade.”
Leia a reportagem completa na Folha de S.Paulo