App converte para Braille o teclado do iPad
Um aplicativo gratuito idealizado por um doutorando do Sri Lanka na Universidade de Stanford permite criar, editar e compartilhar notas em Braille, tornando o iPad mais acessível a pessoas com deficiência visual.
O Braille é um alfabeto convencional cujos caracteres são formados por pontos em alto relevo que o cego identifica por meio do tato. A partir de seis pontos relevantes, é possível fazer 63 combinações que podem representar letras simples e acentuadas, pontuações, números, sinais matemáticos e notas musicais.
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Umas das maiores inovações do iBrailler Notes é como o teclado funciona. Para localizá-lo, o usuário só precisa segurar as pontas dos dedos em qualquer lugar da superfície de vidro do iPad, e o aplicativo desenha as chaves para o alfabeto Braille.
Assim como no alfabeto convencional Braille, o iBrailler usa uma série de oito chaves _uma para cada dedo. Se o usuário fica desorientado e perde o controle delas, a recalibração é tão fácil quanto levantar as mãos fora do vidro e colocá-las novamente no iPad. O aplicativo reorienta automaticamente as chaves para as pontas dos dedos.
Mas, como um teclado em Braille é bem diferente de um tradicional, foram necessários quase três anos de testes e adaptações para que o protótipo desenvolvido pelo engenheiro Sohan Dharmaraja chegasse à Apple Store.
“A criação de um protótipo é relativamente fácil quando seu público é um punhado de colegas de classe. Mas a criação de um aplicativo real, em que potencialmente milhões de pessoas terão de confiar todos os dias, é totalmente diferente”, pontua Dharmaraja.
A digitação é apenas um terço do que as pessoas realmente querem fazer em um computador, afirma Dharmaraja. Idealmente, com o iBrailler Notes, o usuário é capaz de não só criar documentos, mas de cortar, colar e editar.
Usando outras ferramentas de acessibilidade do iPad, o aplicativo também fornece resultados de pesquisa por voz e acomoda múltiplos formatos Braille, incluindo matemática e científica, bem como outros idiomas.
“Estamos constantemente nos pressionando a inovar porque nascer com uma deficiência não significa que você deve ficar de fora da revolução tecnológica. Quando você vê o sorriso de alguém que esteja fazendo algo que para nós é natural, é motivador.”
Com informações da Stanford Report
Por QSocial