Armas de fogo matam 2,6 vezes mais negros que brancos, diz estudo

O número de pessoas negras mortas por armas de fogo no Brasil é 2,6 vezes maior que o de pessoas brancas. É o que revela o Mapa da Violência, levantamento que também mostra que entre 2003 e 2014, enquanto houve queda de 27% nas taxas de mortalidade de brancos por esta causa, houve aumento de 9,9% nas de negros.

O Mapa da Violência compõe uma série de estudos feitos pelo pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, desde 1998, tendo como temática a violência no Brasil. Waiselfisz é vinculado à Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais).

Familiares e amigos enterram, no Cemitério de Irajá, o corpo do menino Ryan Gabriel, de 4 anos, morto por bala perdida durante confronto entre traficantes

Segundo o estudo, em 2003, em números absolutos foram 13.224 homicídios por armas de fogo que vitimaram pessoas brancas, e, em 2014, esse número caiu para 9.766. Em contrapartida, o número de vítimas negras passou de 20.291 para 29.813. Entre os brancos a taxa de mortos a cada 100 mil habitantes caiu de 14,5 para 10,6 e entre os negros saltou de 24,9 para 27,4.

O estudo aponta ainda que, historicamente, as mortes por armas de fogo são concentradas entre jovens de 15 a 29 anos. Enquanto em 1980, entre todos os homicídios por armas, 51,8% tiveram vítimas jovens, em 2014 esse número chegou a 58%. A proporção aumentou entre 1980 e 2004, quando chegou ao pico de 60,9%, apresentando leve queda até 2014.

De acordo com o vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio Lima, em números absolutos, o Brasil é o país que mais tem homicídios em todo mundo.

Com informações da Agência Brasil