Artesãs criam Frida Kahlo com bagaço de cana
Não é só no Instituto Tomie Ohtake que Frida Kahlo está fazendo sucesso. Com apoio da Rede Asta, um grupo de artesãs de Campos dos Goytacazes (RJ) desenvolveu uma coleção de três bonecas inspiradas na pintora mexicana e feitas a partir do reaproveitamento de bagaço de cana-de-açúcar.
O produto, conta Elizabeth Guimarães de Azevedo, 57 anos, líder da Associação de Mulheres Empreendedoras, destaca a força feminina tanto na sua representação quanto na produção do grupo, cujo lema “Para realizar sonhos, AME” reforça o simbolismo dessas peças.
As artesãs levam, em média, três horas para dar vida a uma boneca, desde a secagem da matéria-prima até a modelagem e o acabamento. No site, são comercializadas em três tamanhos e custam R$ 39,90, R$ 69 e R$ 99.
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Com nove integrantes, a AME surgiu em 2008, do encontro de nove mulheres num curso de empreendedorismo no Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Lá, depois de 12 meses de capacitação, elas se uniram para resgatar as raízes de Campos dos Goytacazes, que, no século 19, teve sua economia alavancada pelo ciclo do açúcar, o “ouro-doce”, e até hoje abriga usinas que fornecem a matéria-prima para as artesãs.
Da sede da associação, na Universidade Estadual do Norte Fluminense, as artesãs _que tem outras profissões, como bióloga, jornalista e técnica em química _ criam e produzem em média 300 peças por mês. As bonecas bagaceiras são o carro-chefe de uma linha que inclui peças de decoração e acessórios de moda. “A maioria ainda não vive só do artesanato, mas estamos quase lá”, comemora Elizabeth.
Por QSocial