Artista abre espaço de troca cultural com a comunidade na Amazônia

Criada no contexto cultural do Rio de Janeiro, Betânia Spangemberg  tinha 16 anos, quando teve o primeiro contato pessoal com a Amazônia.

“Fui levada por minha mãe ao Estado do Acre e enquanto ela fazia um estudo para seu mestrado convivi um mês com os Kashinawá e isso mudou minha vida”, conta.

Desde então a artista nunca deixou de pensar em voltar para fazer algo que impactasse as pessoas por meio da arte.”Hoje eu já não tenho a pretensão do grande, mas a verdade da intenção sim. Ás vezes o nosso raio de ação é pequeno mas a verdade dele é tanta que vale mais alcançar 20 ou 30 pessoas do que 3 mil e pulverizar”, diz.

Desde 2013, Spangemberg mantém aberto o Siriá, em Alter do Chão, Estado do Pará, um espaço  criado, segundo ela, para despertar as pessoas para o mágico. “O mágico que está nas pequenas coisas, desde o seu alimento até a expressão plástica, corporal ou musical”, explica.

Cheio de plaquinhas coloridas na parede, fitas de chita penduradas no teto, vestidos de um lado, luminárias do outro, o local recebe artistas permanentes e de passagem e ainda proporciona contato com uma das mais antigas artes: a culinária.”Eu entendo que a alimentação também é uma vertente da cultura.”

Uma vez por mês o Siriá também promove o “palquinho aberto” para participação de crianças e ainda aulas de culinária e um redário para descanso.

“A ideia é ser esse espaço de troca entre o que está e o que vem, para que o movimento se mantenha”, conta.

Spangemberg também dá aulas gratuitas de dança para meninas e mulheres de todas as idades que, pela primeira vez, recebem as oportunidade  de praticar balé e mesclar os conceitos com as danças regionais.  “Acredito que todo o empreendedor pode fazer a diferença ao se envolver com o que acontece ao seu redor. A Amazônia me trouxe esse pensar forte, como a Samaúma daqui, que demonstra que não importa quantas pessoas você atinge mas a verdade com que atua.”