Atleta brasileira transforma medalhas em mudas de árvores

Por Lidi Ferreira, da ProjectHub

Para cada medalha conquistada, algumas árvores plantadas. Esse é projeto da atleta brasileira Mirlene Picin.

Corredora de montanha, de esqui cross-country e atleta do biathlon de inverno (junção do esqui cross-country e tiro ao alvo com rifle 22), Mirlene idealizou o projeto chamado Podium Verde Visafértil, uma inciativa em parceria com uma empresa de fertilizantes orgânicos .

“A ideia de plantar árvores surgiu pelos esportes que pratico, pois tanto o esqui quanto a corrida de montanha acontecem em meio à natureza e dependem dela’’, diz Mirlene.

A conta é simples: a cada pódio, uma quantidade de árvores plantadas: 25 mudas quando chega em primeiro lugar, 20 quando chega em segundo, 15 quando chega em terceiro, 10 mudas quando chega em quarto, e 5 quando chega em quinto. Em 2015, quando o projeto começou, foram 380 mudas plantadas.

“O projeto tem mostrado que o esporte pode ajudar o meio ambiente. É uma forma de despertar a consciência ambiental através do plantio de mudas nativas associadas ao sucesso da atleta”, diz o empresário Ulisses Girardi, da Visafértil.

Por enquanto, 120 mudas de árvores nativas já estão garantidas em 2016. As mudas serão plantadas no fim do ano, considerada a melhor época para o plantio, em um trabalho de reflorestamento em Mogi Mirim (SP), onde a atleta nasceu, e também em Benedito Novo (SC), cidade natal de Girardi.

Dividindo-se entre a temporada de inverno na Europa para competir, o Brasil, e onde mais houver provas de corrida, Mirlene é hoje a atual campeã sul-americana de esqui cross country – em 2015 foi a primeira vez que a prova foi realizada.

Na neve, além deste último título, ela defendeu o Brasil em quatro mundiais da modalidade (Liberec 2009, Oslo 2011, Val di fiemme 2013 e Falun 2015). Em 2010 e 2011 foi eleita pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) a melhor atleta de Desporto na Neve, e hoje segue em preparação para o mundial de Lathi 2017, na Finlândia.

Já no biathlon , são 22 medalhas conquistadas em edições de campeonatos sul-americanos entre 2009 e 2015.

Longe do frio, Mirlene venceu a Miizuno Uphill 2013, a primeira maratona de subida do país, e ficou em segundo lugar em 2014. Também em 2013, foi a melhor brasileira de toda a história na prova Two Oceans Cidade do Cabo 56K, na África do Sul, ficando na 87ª colocação no feminino.

Ufa! Com tantas competições e medalhas assim, o que não deve faltar este ano são árvores para se plantar. ”Foi a maneira que encontrei de chamar a atenção para o desmatamento”, afirma Mirlene. ‘’O esporte é uma forte bandeira para carregar outras causas também’’.