Com customização, alunos de SP reaproveitam roupas doadas
Uma escola pública estadual de São Paulo, a Professora Dulce Ferreira Boarin, criou uma disciplina eletiva surpreendente para seus alunos: customização (ou personalização). A aula na escola da Vila Santa Maria, na zona norte da capital paulista, renova tanto material de papelaria como roupas doadas por pais, professores ou pela comunidade.
“Eu quis participar porque achei interessante reaproveitar as roupas e os cadernos, para deixar com a minha cara”, conta a estudante Kaylane Cristina da Silva Ferreira, que conseguiu aproveitar muitas roupas que tinha em casa a não usava. “Às vezes, até algumas da minha mãe, que serviam em mim e eu reaproveitei. Do meu irmão, tudo.”
A disciplina também tem como meta desenvolver estudos de acordo com os focos de interesse dos alunos ou da comunidade a que pertencem, favorecendo a aquisição de competências para a continuidade dos estudos e para a inserção e a permanência no mundo do trabalho.
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“Tenho dois projetos de vida, que são administração e design de moda. E eu gosto de customizar as roupas”, diz outra jovem participante, Sonia Eli Garcia Herrera.
O aluno Kevin Gabriel afirma que a iniciativa colaborou com algumas tarefas em casa. “Eu tinha ajudado meu pai a customizar, porque ele costura. Então, eu já sabia um pouquinho, mas eu queria aprender mais com a professora.”
“Se o aluno quiser customizar uma roupa que não vai ficar para ele próprio, existe a opção de vender no nosso bazar”, explica Elisabete Cristina Zacarias, professora de português. “E eles tiveram que escolher o nome e o logo do bazar. Depois que ele faz a peça, escolhe se vai vender e ficar com o dinheiro.”
Com a customização, é possível trabalhar conceitos de matemática, arte e língua portuguesa. “Nós trabalhamos com porcentagem, escala, com razão, proporção e regra de três”, conta o professor de matemática Vasni dos Santos Pinto. Para a aluna Sonia Herrera, as aulas estão sendo proveitosas. “Eu aprendi o cálculo da fração, multiplicação… para fazer a barra da calça, por exemplo, precisa de soma.”
“O projeto me ajudou a ser menos consumista, porque é uma roupa simples, sem marca, mas que eu posso deixar com a minha cara, do jeito que eu gosto”, acrescenta a jovem Kaylane.
O convívio entre os estudantes também melhorou. “Eles passaram a se respeitar mais, a ter um pouco mais de paciência um com o outro, a escutar o outro”, finaliza a professora de português.
Com informações da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo