Crianças de Aracaju têm aulas com professor desempregado
Ação de sergipano é considerada exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação
Um professor desempregado decidiu ensinar literatura às crianças de um dos bairros mais carentes de infraestrutura de Aracaju. A “sala de aula” é a calçada de uma casa localizada em uma rua sem pavimentação do bairro 17 de Março.
Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.
De acordo com reportagem do site G1, as aulas improvisadas acontecem uma vez por semana. As crianças sentam-se no chão, na falta de cadeiras e, depois, começam a desvendar os livros trazidos por Luiz Carlos Nascimento em uma sacola.
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O material de apoio fica, ainda, exposto em um varal, à espera de outros possíveis interessados. “A literatura é a forma de despertar outros conhecimentos científicos, além de promover o prazer estético e dar asas à imaginação desses jovens leitores”, diz o professor.
A ação voluntária teve início em novembro de 2017. Até agora, 12 crianças integraram a iniciativa, enquanto seus pais estão trabalhando. “Educação é o meio de transformação sociocultural para a vida de cada uma dessas crianças, levando respeito, dignidade, conhecimento e independência financeira”, afirma Nascimento.
Sempre que pode, o desempregado retira dinheiro do próprio bolso para comprar lanches para os alunos, como forma de incentivar a permanência e atrair mais garotos e garotas.
“Quero ver a melhoria do bairro em que moro e dessas crianças, que muitas vezes vão à escola e não conseguem aprender o conteúdo”, explica Nascimento. “O que eu faço é com amor, com carinho e sou muito respeitado por elas, que serão os futuros homens e mulheres da nossa cidade. A maior recompensa é o prazer de contar histórias e contribuir no processo de alfabetização dessas crianças.”
O professor já trabalhou em escolas particulares e em programas do governo, mas atualmente sobrevive dando aulas de reforço em casa, além de “bicos” auxiliando outros professores. No mês anterior à reportagem, isso havia rendido a ele pouco mais de R$ 200.
Leia a reportagem completa no G1