Austrália mostra impacto das formas ‘sutis’ de racismo
Racismo vai além de palavras de ódio e preconceito. Ele pode vir de formas sutis, quase imperceptíveis para o agressor, mas intensamente negativas para a vítima.
Para mostrar a discriminação velada e suas consequências, a beyondblue, iniciativa australiana em saúde mental, elaborou a campanha “Discriminador Invisível”. A ideia é mostrar a que estão sujeitos os indígenas australianos.
A peça foca atos racistas como colocar a vítima sob suspeita ou evitá-la. E indica o quanto essas formas de discriminação ainda são comuns na Austrália.
No vídeo, um homem aparece levantando questões como “Você poderia realmente confiar nela?” a uma recrutadora sobre uma candidata em uma entrevista de emprego, ou “Não faça contato visual” a uma mulher que resiste a se sentar ao lado de um homem no único banco vazio do ônibus.
A campanha desafia as pessoas a se colocar no lugar das outras e se perguntarem o que sentiriam se fossem evitadas ou tratadas com suspeita ou escárnio. “Discriminação leva indígenas australianos à depressão e à ansiedade. Ninguém deveria ser feito para se sentir um lixo apenas por ser quem é”, resume a campanha.
Uma pesquisa feita pela TNS com mais de 1.000 pessoas não indígenas na Austrália mostrou que um em cinco australianos admitiu que se afastaria caso um indígena se sentasse próximo; um em dez contaria uma piada sobre indígenas; um terço diz acreditar que algumas vezes os indígenas são um pouco preguiçosos.
Por QSocial