Baccarelli 20 anos: Evelly Ramos da Silva, música e expressão
Em comemoração aos 20 anos do Instituto Baccarelli, organização sem fins lucrativos, o Quem Inova mostra a história 20 alunos e ex-alunos. A personagem de hoje é Evelly Ramos da Silva, 11 anos, que estuda violoncelo e canta no instituto.
Evelly parece saber bem o que quer –-e quem é. “Sou uma pessoa muito agitada, mas compreensiva. E sempre muto emocionada”, ela diz, logo de início. Tem cara de arteira também, não? “É, acho que sou um pouquinho”, responde, com um sorriso maroto. “Mas acho que tudo isso ajuda na hora de fazer música, que é quando você pode ser quem você é. Eu quando toco sinto que posso ser eu mesma. É legal”.
- Estudo revela por que usar óculos ajuda a reduzir o risco de demência
- Pessoas LGBTQIA+ estão entre as que mais sofrem de ansiedade no Brasil
- Este sinal pode indicar risco de Alzheimer 12 anos antes do diagnóstico
- Estudo mostra que estilo de vida está associado a maior risco de AVC; saiba qual
Evelly toca violoncelo. Foi ela que escolheu. “O violino tinha um som meio estridente, eu achava irritante. E o contrabaixo me dava arrepio”. Por que? “Não sei, ué, me dava”. Tá certo. As aulas começaram depois de três meses de instituto, em 2012, “mas eu avancei rápido, porque dei meu melhor”. Chegou até a ir mal na escola, mas a mãe condicionou a permanência na música ao desempenho nas provas. “Então eu estudei bastante e agora está tudo bem”.
Antes do violoncelo, Evelly já cantava no coral. “Eu adoro cantar, mesmo em casa eu canto para dormir. E eu gosto de aparecer, sabe? Então, o coral foi bom porque perdi toda a timidez e comecei a me relacionar melhor com as pessoas, com os meus colegas. Cantar e tocar em grupo é legal, gosto mais do que sozinha”. Peraí: mas você não gostava de aparecer? “Sim! Mas sozinha, se você erra, todo mundo percebe”.
https://www.youtube.com/watch?v=ZBAmdCcJkIY
Evelly nasceu em Heliópolis, onde vive até hoje. A mãe é grande incentivadora. “No começo, ela não queria que eu fosse, porque tinha medo que eu saísse de casa ou fosse para o ponto de ônibus sozinha. Mas hoje diz que eu vou ser uma grande musicista. Mas como ela é minha mãe, é claro que ela vai achar. E sai falando isso para todo mundo”. E ela própria, o que imagina para o seu futuro? “Imagino que eu vou fazer música de algum jeito, porque a música expressa tudo”.
Por João Luiz Sampaio