Brasil ajuda refugiado a arrumar trabalho e trazer família

Reagan Mukimalio, 24 anos, não conhece sua filha de quatro meses de idade, a pequena Charhana. Mas não por falta de amor pelo bebê: Reagan teve de fugir da guerra civil no Congo, país em que nasceu e que deixou em setembro do ano passado.

Engenheiro agrônomo, ele trabalhava para a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), em um projeto que produzia adubo a partir de compostagem. Por também ser membro do partido do governo, passou a correr o risco de ser preso quando a oposição tomou as ruas no ano passado. “Eu estava em uma situação de grande insegurança no Congo por ser perseguido político”, afirma. “O que tem acontecido por lá é uma grande catástrofe.”

O congolês Reagan Mukimalio, que mora em São Paulo

Há quem tenha se sensibilizado com a condição do congolês: um crowdfunding foi criado para arrecadar contribuições com o intuito de ajudá-lo a estar novamente junto da família. As doações podem ser feitas até o dia 31 de julho no Vakinha.

Charlene Sangana, 22 anos e Charhana estão em segurança no Congo. “Moram na casa dos meus pais”, afirma Reagan. “Falo com minha mulher todos os dias, por telefone, Facebook e WhatsApp.”
O coração do engenheiro, porém, está apertado com a distância física. “Estou muito, muito triste. Não paro de pensar nelas. Meu maior desejo é trazê-las para cá, mas preciso de ajuda com os custos necessários”, diz ele.

Charlene Sangana e Charhana, que estão no Congo

Quem o ajudou a fugir do Congo foi um professor universitário do curso de engenharia agrônoma, que auxiliou nos trâmites legais de sua mudança no consulado brasileiro. “O Brasil acolhe imigrantes, sou muito grato ao país por ter me recebido e me arrumado trabalho”, diz. “Gostei muito daqui, já amo o Brasil.”

Reagan hoje é funcionário da INOVA no Pátio de Compostagem da Subprefeitura da Lapa. Ele começou na empresa como varredor de rua, mas logo foi promovido a técnico agrônomo de controle de temperatura na fabricação de compostagem.

O engenheiro faz parte de um programa da empresa para a recolocação de imigrantes e refugiados, que começou em maio de 2015 e conta com a parceria do CATe (Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo) e do Crai (Centro de Referência e Acolhida para Imigrantes).

Por QSocial