Brasil pode ter 75 milhões de crianças obesas até 2025, alerta OMS

28/06/2015 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 19:40

O Ministério da Saúde, em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), fez um estudo que revelou que uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos de idade está acima do peso recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). O problema de obesidade atinge 16.6% dos meninos e 11,8% das meninas.

Segundo a OMS, se nada for feito para diminuir esses números, até o ano de 2025, o Brasil terá cerca de 75 milhões de crianças com sobrepeso e obesidade.

Um dos fatores que mais influencia essa obesidade entre crianças e adolescentes é o consumo de fast-food. “Este tipo de hábito alimentar acompanha o modelo globalizado de alimentação”, explicou a nutricionista Karina Aragão ao site Maxpress. Karina também chamou a atenção para os poblemas de saúde e psicológicos que a obesidade pode causar.

Um dos fatores que mais influência isso é o consumo de fast-foods (foto: whitewish/iStock)
Um dos fatores que mais influência isso é o consumo de fast-foods (foto: whitewish/iStock)

“Diversos estudos vêm demonstrando que crianças acima do peso apresentam transtornos psicológicos como depressão, ansiedade e dificuldade de ajuste social. Diversas vezes indivíduos obesos sofrem estigmatização social e discriminação, podendo impactar negativamente em sua qualidade de vida”, explica a especialista, acrescentando outros problemas de saúde causados pelo consumo exagerado de fast-food.

“Considerando que esses alimentos são ricos em gordura saturada, gordura trans e açúcar, mas com boa palatabilidade, as crianças tendem a querer consumir com alta frequência e a exposição a estes componentes predispõe ao estresse oxidativo, favorecendo o desenvolvimento de resistência à insulina e dislipidemia, o que gera aumento precoce do risco cardiovascular.”

Segundo Karina, o ideal é que as crianças evitem ao máximo o consumo de fast-food. Porém, ainda de acordo com ela, comidas com alto teor de gordura e doces são servidos em contextos positivos, como recompensas e comemorações, fazendo com que haja a associação desses alimentos com algo positivo, o que reforça o consumo.

A especialista ainda disse que a mudança desses hábitos passa pela educação dos pais, que devem introduzir  no cardápio dos filhos frutas, sejam elas isoladas ou combinadas com outras ou ainda com castanhas, vitaminas de frutas com leite, variando as preparações e evitando a monotonia.

“Quem opta por comer em lanchonetes e restaurantes deve priorizar os pratos saudáveis, como saladas e frutas, alimentos ricos em fibras e pobres em açúcar, sal e gordura ruim e, principalmente, ser disciplinado. O ideal é preparar o próprio lanche em casa para não ficar refém do que estes locais oferecem. Planejamento é a palavra-chave”, afirma a nutricionista, que chamou a atenção ainda para os piores alimentos para o cardápio das crianças.

“Refrigerantes são péssimos. Além de ricos em açúcar e sódio, contêm aditivos químicos que prejudicam, por exemplo, o aproveitamento do cálcio. Salsicha, nuggets, salgadinhos de pacote e macarrão instantâneo são ricos em sódio e gordura e pobres em nutrientes. Alimentos que parecem saudáveis e não são, como sucos industrializados ‘de caixinha’ e cereais matinais também são repletos de sódio, aditivos químicos e pobres nutricionalmente. Por isso, o melhor é aprender a ler os rótulos dos alimentos para não cair nas armadilhas”, finalizou.

Via CMais, com informações do site Maxpress