Brasil terá 6 escolas públicas com método japonês de ensino
A metodologia é baseada em ciclos. Um grupo de professores da mesma disciplina decide qual questão querem estudar
Até o fim do ano o Brasil terá seis escolas públicas modelo com a metodologia que revolucionou o ensino no Japão.
É o que propõe a Fundação Lemann, em parceria com o Instituto Canoa e a Tríade Educacional, para melhorar o ensino de matemática e ciências nas redes públicas de ensino de Francisco Morato (SP), Ponta Grossa (PR) e São Roque (SP).
Criado no Japão, o método Pesquisa de Aula (Lesson Study em inglês) oferece aos professores conhecimento que os preparam para trabalhar de forma estruturada e colaborativa dentro de suas escolas e na busca por soluções de desafios comuns de ensino e aprendizagem.
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Por isso, a convite da Fundação Lemann, o professor, especialista e referência internacional no assunto, Akihiko Takahashi, está realizando uma semana de formação para mais de 40 educadores das três redes públicas de ensino.
O método
A metodologia é baseada em ciclos. Um grupo de professores da mesma disciplina decide qual questão querem estudar. Juntos eles elaboram um plano de aula, discutem sobre o planejamento desenhado e qual conhecimento precisam desenvolver antes de ensinar o problema escolhido.
Depois deste processo, os educadores vão para fase de observação. A ideia é observar como os alunos se comportam, o que fazem, escrevem e/ou como interagem durante a aula. Ou seja, o objetivo é entender o processo de aprendizagem do aluno, assistindo às aulas dos professores e colaborando com suas práticas pedagógicas.
Na sequência, o grupo troca experiências, realiza devolutivas e melhorias, se necessário, e sistematiza todo conhecimento. No projeto da Fundação Lemann as três redes de ensino vão trilhar todas as etapas da metodologia.
Pesquisas fora do Brasil apontam que de 643 estudos feitos sobre ensino de matemática, apenas dois tiveram efeitos positivos em conhecimento dos professores e aprendizado dos alunos, uma delas foi a Pesquisa de Aula.
O método também mostra quais caminhos podem ser tomados para melhorar resultados como o da Prova Brasil de 2017, que apontou que apenas 15% dos alunos aprenderam o adequado sobre matemática até o 9º ano na rede pública de ensino.