Brasileiro cria sistema para incentivar prevenção em saúde

18/10/2016 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:03

Um carro sai da concessionária com manual e revisão programada. Por que não fazer isso na saúde?

Essa é a ideia do CIES Global (Centro de Integração de Educação e Saúde), um negócio social brasileiro que realiza exames e consultas.

O médico Roberto Kikawa,, fundador do CIES Global
O médico Roberto Kikawa,, fundador do CIES Global

O sistema é simples: por R$ 140 por ano, que podem ser divididos em 12 parcelas no cartão, o cidadão participa do PMP (Programa Médico Preventivo).

“A proposta é levar empoderamento do cidadão em relação à própria saúde. Mesmo estando bem, ele sabe que tem que se prevenir”, avalia o médico Roberto Kikawa, fundador do CIES Global.

Ele explica que há oito quesitos que devem ser avaliados. Três são imutáveis: gênero, genética e idade. Cinco podem ser alterados: diabetes, obesidade, tabagismo, nutrição e exercício físico.

Tudo isso é avaliado em estações. Primeiro, a pessoa passa pela parte de registro, em que deve fornecer os dados pessoais. É preciso ainda responder a um questionário, que traz informações sobre histórico familiar, histórico pregresso e alergia, por exemplo.

Hospital Compacto CIES Global – Vila Carrão, em São Paulo
Hospital Compacto CIES Global – Vila Carrão, em São Paulo

A segunda avalia acuidade visual e auditiva – itens importantes na capacidade cognitiva de alguém.

No terceiro passo, são avaliados colesterol e glicemia, cujos resultados saem na hora. No seguinte, é calculado o IMC (Índice de Massa Corporal), que sinaliza obesidade e sobrepeso.

A quinta estação mede pressão e frequência cardíaca e é feita uma oximetria de pulso (teste para avaliar a saturação de oxigênio no organismo).

O sexto passo é seguir para uma consulta com o médico. Ele avalia o risco cardiovascular de Michigan, que indica a probabilidade de o paciente ter um problema cardíaco.

Por fim, na sétima estação, a pessoa recebe uma aula com orientação sobre alimentação e vida saudável.

Antes de sair, é entregue ao paciente um pencard, com todos os dados e informações gravados.

Após a consulta com o médico, caso a pessoa tenha que fazer exames, eles podem ser feitos tanto com a equipe do CIES Global quanto no SUS (Sistema Único de Saúde).

O médico calcula que uma pessoa de 40 anos de idade gaste R$ 400 nos exames, caso eles sejam feitos no CIES Global; uma de 70 anos, R$ 1.200.

Para Kikawa, essa linha de cuidados é mais vantajosa porque permite o monitoramento. A pessoa não vai ao médico quando tem um problema de saúde, mas sim para fazer um trabalho preventivo.

O sistema já está implantado em São Paulo, no Hospital Compacto CIES Global – Vila Carrão, e em Santa Catarina. Há ainda parcerias com empresas e comunidades.

Segundo Kikawa, os dados gerados poderão se tornar insumos para uma avaliação da saúde do brasileiro, bem como para a formulação de políticas públicas na área.

Para mais informações, basta entrar em contato com a organização, pelo site.

Fora do Brasil, o PMP do CIES Global está em funcionamento em Atlanta, nos Estados Unidos.

Por QSocial