Brasileiro ganha pela 1º vez o ‘Nobel’ de matemática

O carioca Artur Avila Cordeiro de Melo, de 35 anos, tornou-se o primeiro pesquisador da América Latina a receber a Medalha Fields, conhecida popularmente como o ‘Nobel’ de matemática. A premiação ocorreu nesta quarta-feira (noite de terça no Brasil) durante a abertura do Congresso Internacional de Matemática, em Seul, na Coreia do Sul.

Segundo a União Internacional de Matemáticos (IMU, na sigla em inglês), uma das principais contribuições do brasileiro para a matemática foi na área de sistemas dinâmicos –ramo da matemática que busca prever a evolução no tempo de fenômenos naturais e humanos observados nos mais diversos ramos do conhecimento.

Artur Avila é o primeiro latino-americano a receber a Medalha Fields, conhecida como o ‘Nobel’ de matemática

Uma das bases dessa teoria é o chamado “efeito borboleta”, que descreve como o bater de asas de borboleta desencadeia uma série de eventos que podem resultar em uma tempestade do outro lado do mundo.

Avila é pesquisador do Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada) e do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica, órgão de pesquisa do governo da França).

Além da medalha, Avila vai receber um prêmio em dinheiro equivalente a R$ 31 mil dado pela IMU. Outros três pesquisadores também foram premiados — Manjul Bhargava, da Universidade de Princeton (EUA), Martin Hairer, da Universidade de Warwick (Inglaterra) e Maryam Mirzakh, da Universidade de Stanford (EUA), uma iraniana que é também a primeira mulher a ser premiada.

Trajetória

A carreira de Avila começou cedo. Aos 16 anos ganhou a medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática no Canadá, vencendo 411 oponentes de 72 países. Desde então, ainda cursando o ensino básico, o carioca passou a frequentar as disciplinas da pós-graduação do Impa, onde concluiu seu mestrado junto com o ensino médio sem ter graduação.

Com 19 anos, Avila trabalhava em sua tese de doutorado na teoria de sistemas dinâmicos, concluída em 2001, quando partiu para um pós-doutorado na França. De 2003 a 2008, teve uma posição permanente no CNRS, e em 2008, tornou-se o mais jovem matemático promovido a diretor de pesquisa da instituição, cargo que ocupa até hoje.

Com informações do G1 e da Agência Brasil