Brasileiro que catava papelão está fazendo doutorado no Chile
Um exemplo de superação. Assim é a história de Jefferson Dionísio de Souza, 24 anos, que catava papelão nas ruas de São Vicente, litoral de SP, para ir estudar e hoje faz doutorado no Chile.
Morador da periferia da cidade litorânea e aluno de escola pública, Jefferson é o primeiro da família a cursar uma faculdade.
Ao G1, ele disse que começou a trabalhar na Prefeitura de São Vicente por meio do Centro de Aprendizagem e Mobilização Profissional e Social (Camps) e, aos 18 anos, começou a cursar Filosofia em uma universidade em Santos.
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“Eu ganhava R$ 668 de bolsa-auxílio e a faculdade era R$ 660. Todo o meu salário ia para os estudos, não sobrava nada. Cheguei a trancar a matrícula no primeiro ano pois não tinha mais como pagar. Um ano depois, em 2015, eu voltei para a universidade, mas então fiquei desempregado”, disse.
Para concluir os estudos, Jefferson disse que catou papelão e contou com ajuda dos amigos para quitar a dívida com a universidade.
Conseguiu se formar e começou a dar aula em escolas públicas da cidade. Incentivado por professores da universidade, decidiu ir para o exterior. Viajou de ônibus até o Chile para tentar uma vaga para mestrado e doutorado. E conseguiu.
Jefferson foi aprovado no curso doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso, sem ao menos passar pelo mestrado.
“Meu nome estava na lista de aprovados, entre americanos, franceses, alemães e outros estrangeiros. Passei em terceiro lugar. Foi incrível”, disse ele ao G1.