Brasileiro vence prêmio da ONU com óculos que guiam cegos
O brasileiro Marcos Antônio da Penha foi o vencedor do World Summit Youth Award, o mais importante prêmio da ONU para jovens empreendedores. O jovem pernambucano criou os óculos inteligente PAW (Project Annuit Walk) que ajuda deficientes visuais a se locomoverem. A ideia venceu outras duas mil iniciativas de todo o mundo.
O dispositivo, com raios ultrassônicos, localiza objetos em um ângulo de 120° e consegue informar o melhor percurso para o usuário seguir. Os óculos são uma das invenções “vestíveis” desenvolvidas no grupo de pesquisa WearIt, que reúne estudantes de várias universidades para solucionar problemas do cotidiano. Os pesquisadores resolveram investir na tecnologia assistiva, destinada a um público com algum tipo de deficiência.
Primeira vez na América Latina, o WSYA transformou, por três dias, a capital paulista no centro mundial de conteúdo digital com potencial para solucionar problemas sociais. Em sua sétima edição, o evento é uma iniciativa ligada à Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação (WSIS) das Nações Unidas e já aconteceu em países como Tunísia, Estados Unidos, Canadá, México, Áustria e Sri Lanka. A próxima edição acontece em janeiro de 2016, em Singapura.
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Todos os projetos vencedores estão alinhados com critérios dos “Objetivos do Milênio” –os desafios globais definidos pela ONU– e divididos em seis categorias: educação, igualdade de gênero, meio-ambiente, saúde, mobilidade e acesso à informação. Só podem se inscrever projetos de empreendedores com menos de 30 anos.
Segundo o inventor pernambucano, a ideia do equipamento é complementar o uso da bengala e do cão guia, pois os espaços urbanos têm verdadeiras armadilhas. “Um equipamento como esse, se aprimorado, aperfeiçoado à realidade do dia a dia, com certeza pode, no futuro, ser muito útil”, analisa Alberto Pereira, deficiente visual e consultor de tecnologia assistiva. Também faz parte do mesmo projeto um aplicativo de celular que conversa com os óculos e indica o melhor trajeto.
Marcos parece ter resolvido com o PAW uma grande questão de outras tecnologias semelhantes: o preço. Os aparelhos criados até hoje sempre chegaram ao mercado com preços elevados, mas a produção dos óculos brasileiros em escala industrial é bem mais barata. “O protótipo mais simples que criamos custou em torno de R$ 45, o mais sofisticado, R$ 160”, conta Marcos Antônio.