“Cartão do abraço” estimula afeto entre estranhos
Ela está na calçada. Segura sacolas, que parecem estar cheias de presentes de Natal. Alguém para a mulher e… a abraça.
Essa é uma situação real, ocorrida em Pelotas (RS), na semana passada. Faz parte de um experimento social chamado “Repasse o Abraço”, criado pela Makers Society, um grupo de dez pessoas que busca ajudar as pessoas a criar “micro-revoluções, com projetos simples, criativos e replicáveis para impactar positivamente a vida na cidade”.
Quem passa na rua recebe um cartão, em que está escrito os benefícios do abraço: redução do estresse, da pressão arterial e da ansiedade, além do exercício da empatia e da paciência.
E, a partir daí, é preciso repassá-los – o abraço e o cartão – a outra pessoa.
Para essa primeira experiência, foram feitos 20 “cartões do abraço”. Não há previsão de novas ações em outros locais.
“O fato vir de um desconhecido serve para quebrar a barreira que se constrói de medo e desconfiança, que nos faz julgar e nos afastar sem critério algum”, avalia Fernanda Caldeira Cioffi, estudante de artes visuais na Universidade Federal de Pelotas e uma das idealizadoras da ação.
Nem todo mundo se sente confortável em abordar um estranho com a proposta. “No começo, os abraços não foram repassados, pois essa ação requer um tipo de coragem.”
Segundo ela, as pessoas que não estavam abertas não repassaram o cartão, mas “aceitaram o abraço e sorriram”.
Muitos, no entanto, vencem a timidez para tornar a vida de outra pessoa mais alegre por alguns instantes. “Os abraços foram repassados e eu quase não acreditei. Fluiu tão rapidamente, que fiquei emocionada – as pessoas saíram sorrindo e repassavam o cartão, faziam com que o outro entendesse”, considera.
“Foi lindo. Em pouquíssimas horas ver tantos sorrisos na rua é impagável.”
Por QSocial