Catarinense ajuda a buscar mais de 10 mil desaparecidos

A catarinense Amanda Boldeke, de 62 anos, passou 10 anos (de 1997 a 2007) percorrendo hospitais, institutos médicos legais, delegacias, prisões e ruas de três Estados à procura do irmão que saiu de casa e nunca mais voltou.

Neste período ela criou uma comunidade no finado Orkut na esperança de obter alguma informação sobre o paradeiro de Jorge, que sofre de depressão. Mas o espaço começou a receber denúncias de outros desaparecimentos.

Após o reencontro com irmão, em 2007, a odisseia de uma década de buscas parecia enfim ter terminado (Jorge se recuperou e mora com ela até hoje). Mas não.

Amanda e o irmão, em retrato recente: deprimido, ele passou 10 anos desaparecido, sem contato com ninguém

A comunidade se transformou em site (desaparecidosdobrasil.org) e desde então, Amanda dedica a vida a alimentar este banco de dados de desaparecidos, ajudar esclarecer estes casos e apoiar familiares de pessoas que sumiram sem deixar vestígios.

“Eu já estava tão envolvida com o trabalho, com as pessoas. Você vivencia a tristeza e a dor de quem está procurando alguém, não dá para se afastar sem mais nem menos… Aí não teve mais volta”, disse Amanda à BBC Brasil.

Amanda recebe entre 150 e 200 pedidos mensais de ajuda sobre novos desaparecimentos

Com recursos próprios e raras doações, Amanda já conseguiu dar visibilidade às buscas mais de 10 mil famílias em todo o Brasil. Ela imprime cartazes, telefona para delegacias e hospitais, cobra autoridades e até criou uma rede de colaboradores que compartilham as imagens e informações sobre desaparecidos nas ruas e redes sociais.

Segundo Amanda, todos os meses ela recebe entre 150 e 200 pedidos de ajuda sobre novos desaparecimentos. Um em cada cinco se refere a idosos.

Leia a reportagem completa de Ricardo Senra no site da BBC Brasil.