Celebridades viram nomes científicos de espécies de animais

22/06/2017 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:10

O que a banda de rock inglesa Pink Floyd, as cantoras Beyoncé e Shakira e o atual presidente americano Donald Trump têm em comum. Aparentemente nada, mas eles são algumas das celebridades que já foram homenageadas com nomes científicos para diferentes espécies de animais. Prática que, de uns tempos para cá, vem se tornando cada vez mais comum.

“Antigamente, essas designações eram dadas de acordo com alguma característica do animal [como a região em que vivia ou alguma parte do corpo com qualidade marcante]. Depois, em homenagem a cientistas e pesquisadores da área, as espécies passaram a ganhar o nome de pes­soas”, conta o biólogo Giuseppe Puorto, do CRBio (Conselho Regional de Biologia) da 1ª Região (SP, MT e MS).

“Até que celebridades como roqueiros, cantores, atores e mesmo personagens fictícios passaram também a ser homenageadas”, completa o biólogo.

Desde que o sueco Carolus Linnaeus (ou Lineu, como é conheci­do pelo nome aportuguesado) criou seu Systema Naturae de classificação dos seres vivos, no século 18, cada espécie animal ou vegetal ficou com uma designação única para não ser confundida com outra. Também chamado de Taxonomia de Lineu, o sistema combina dois nomes, um ge­nérico e um específico, para identifi­car um ser vivo, de modo que é im­possível a repetição da designação para espécies diferentes.

Respectivamente, as celebridades citadas acima serviram de inspiração para: uma pequena aranha encontrada na Austrália, a Pinkfloydia harveii; pela semelhança de uma roupa usada pela cantora no clipe da música Bootylicious, uma mosca com um abdômen inferior dourado foi batizada de Scaptia beyonceae; uma vespa de cintura fina, a Aleiodes shakirae; uma mariposa de topete loiro foi designada de Neopalpa donaldtrumpi, nativa do sul da Califórnia.

Artistas brasileiros também fazem parte dessa lista. É o caso do famoso músico Paulo Emílio Vanzo­lini (formado em medicina, mas que se dedicou à zoologia), homenageado por seu traba­lho científico com o nome de um pe­queno anfíbio amazônico, o Allobates vanzolinius, um sapo que vive na re­gião da bacia do rio Juruá. Já o ator e violeiro Almir Sater foi homenageado com o batismo de um cupim descrito em 2012, o Sivestritermis almirsateri, típico da região do Pantanal, terra do artista.