Com ações sociais, ONG transforma bairro na periferia de São Paulo
Associação Comunitária Monte Azul. atende crianças, jovens e adultos da comunidade Monte Azul, no extremo sul da capital paulista
Centro financeiro do país, São Paulo tem um contraste social quase “invisível” para quem só circula nas regiões mais nobres da cidade. Mas para quem mora na periferia da maior cidade da América do Sul a realidade é outra, ainda mais para os mais jovens.
O acesso à saúde e educação de qualidades é inexistente, assim como equipamentos de lazer. Essa realidade é amenizada pelas atuações de entidades sociais, como a da Associação Comunitária Monte Azul.
Fundada em 1979 pela educadora alemã Ute Craemer, a ONG atende crianças, jovens e adultos da comunidade Monte Azul, no extremo sul da capital paulista, nas áreas de educação, cultura e saúde, orientada pelo pensamento antroposófico, que atua prioritariamente no desenvolvimento integral do cidadão.
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Portas abertas
Desde sua criação, a ONG luta por melhorias na região com mutirões e mobilizações junto ao poder público para melhorar as condições de saneamento, segurança e iluminação da comunidade.
Paralelamente à estruturação física, a demanda por serviços de saúde, educação e assistência social se intensificou. De forma improvisada, um Centro de Convivência foi instalado na casa de Ute. Lá, ela recebia crianças da favela e alunos da escola Rudolf Steiner, na qual era professora.
A aproximação entre as classes sociais e o compartilhamento de experiências e saberes era a intenção central, além da oferta de atividades recreativas.
Na década de 1980 a organização se expandiu para os núcleos Peinha e Horizonte Azul, todos estabelecidos na periferia de São Paulo.
Em 1979 houve a formalização da Associação Comunitária Monte Azul e a partir desse momento a busca por recursos teve como foco a qualificação das estruturas e equipamentos, a constituição da equipe e a gestão dos processos.
“Acredito que uma organização consegue manter-se sustentável quando caminha no sentido de construir a sustentabilidade do Eu de cada um. É o fortalecimento da consciência individual, nas suas múltiplas instâncias, que provê a força interna do ser humano, capaz de superar as adversidades”, explica Ute Craemer.
Saúde e educação
Atualmente, a ONG gerencia 18 programas que agregam cerca de 250 colaboradores nos trabalhos desenvolvidos nos núcleos Monte Azul, Peinha e Horizonte Azul, além de 70 voluntários (brasileiros e estrangeiros).
Os atendimentos nas áreas de educação, cultura e saúde voltam-se diretamente para mulheres gestantes, bebês, crianças, adolescentes, jovens, adultos e pessoas com deficiência.
Em 2001, nasceu o quarto núcleo da ONG –Estratégia Saúde da Família–, responsável pela administração de nove UBS (Unidades Básicas de Saúde), três AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais), um SADT (Serviço de Diagnóstico e Terapia) e um CAPS (Centro de Atenção Piscossocial) e 1.500 colaboradores diretos.