Conheça projetos contra a seca selecionados por aceleradora
A ação da Aceleradora Ama que foi lançada em setembro deste ano selecionou empreendedores de todo o mundo que ofereceram soluções para combater a escassez hídrica. Os projetos contra a seca se complementam e atendem o ciclo completo da água: geração, tratamento e distribuição.
Os escolhidos entre 72 inscrições recebidas foram dois empreendedores de outros países (dos Estados Unidos e da Itália) e dois brasileiros (do Ceará e da Bahia) que participarão, inclusive, de um módulo de tecnologia da Singularity University, uma das mais renomadas no assunto.
A Tenkiv Nexus for Water Purification, startup baseada no Vale do Silício (EUA), possui protótipos para dessalinização de água que usam painéis de energia solar, reduzindo os custos do processo. Somente US$ 300 (menos de R$ 1.000) são investidos para dessalinizar cerca de 76 mil litros.
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A italiana Warka Water, conduzida por Arturo Vitori, arquiteto premiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, também visa à geração de água. Com nove protótipos testados na África e na Itália, o projeto condensa o ar e transforma a umidade em água potável. É possível produzir entre 50 e 100 litros por dia, dependendo do clima, com custo de implementação de US$ 1.000 (aproximadamente R$ 3.300).
A brasileira Safe Drinking Water for All tem uma equipe liderada por Anna Luísa Bezerra, formada em lideranças de novos empreendimentos pelo MIT e estudante de biotecnologia. O projeto de Salvador visa ao tratamento. Foi desenvolvida a Aqualuz, tecnologia que utiliza energia solar e filtro de sisal para tratamento e potabilização de água proveniente de cisternas ou de outros reservatórios de pequeno porte.
Já o projeto Mudas, representado pelo empreendedor e técnico em agronomia Kevin Brasil, é um sistema de irrigação que combina duas tecnologias. A ideia já foi testada por 15 famílias de produtores do semiárido e que agora produzem diferentes variedades de hortaliças em terrenos antes improdutivos. Com custo médio de apenas R$ 8,07, o sistema ajudou a aumentar a renda média mensal de cada família em aproximadamente R$ 800.
Processo de seleção
Foram avaliados quatro critérios: solução já testada ou prototipada, potencial de impacto socioambiental, previsão de sustentabilidade financeira e time de empreendedores envolvidos.
Além disso, foi levada em consideração a replicabilidade em comunidades já beneficiadas pela AMA, produto da Ambev que reverte 100% de seu lucro a projetos de acesso à água.
De outubro a janeiro do ano que vem, os selecionados terão a mentoria de profissionais especializados, de acordo com as necessidades de cada negócio.
Os empreendedores conhecerão a realidade e o problema da falta de água no semiárido durante uma imersão em uma comunidade da região. Também serão estimulados a pensar e criar soluções conjuntas.
Ao final da aceleração, poderão ser selecionados para receber investimento financeiro. O valor investido é parte do lucro das vendas de AMA.
A responsável pelo planejamento e condução dos treinamentos, mentorias e workshops será a Yunus Negócios Sociais.