Curitibano vai atravessar Atlântico para ajudar semiárido da Paraíba
Robison se inspirou na travessia feita em 1984 pelo navegador Amyr Klink
Com o propósito de usar seu interesse no mundo de aventuras para ajudar comunidades sem acesso à água potável, o curitibano Robison Portioli, 34 anos, vai atravessar o oceano Atlântico em um barco a remo, navegando sozinho da África para o Brasil.
A aventura é por uma boa causa social: arrecadar um R$ 1, 5 milhão para a construção de dessalinizadores solares na Paraíba.
A travessia vai começar na Namíbia, no porto de Lüderitz e terminar em João Pessoa, capital da Paraíba. O trajeto tem cerca de 6 mil km e deve demorar entre 100 e 120 dias para ser completado.
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Segundo Robison, essa rota tem correntes oceânicas favoráveis, então mesmo quando não estiver remando o barco vai ser trazido naturalmente na direção do Brasil.
Robison conta que o objetivo de atravessar o oceano remando é divulgar uma grande campanha para arrecadar o suficiente para a construção de 1.000 dessalinizadores solares em 20 comunidades do semiárido paraibano, um dos locais mais secos do Brasil, e fornecer água potável de maneira sustentável para até cinco mil pessoas que sofrem diretamente com a água insalubre.
Durante a preparação para a viagem e ao longo dos aproximadamente 100 dias em alto mar, Robison que usar as redes sociais para unir o engajamento da aventura o esse projeto social e sustentável para combater a sede.
Água imprópria
No semiárido paraibano, dos 2.687 poços perfurados pelo governo estadual ao longo de pouco mais de sete anos, apenas 416 puderam ser instalados. Em 84,5% dos casos, a qualidade da água era imprópria para o consumo por apresentar um alto nível de salinidade.
Os dessalinizadores solares, premiados nacionalmente pela eficiência e baixo custo, eliminam o sal e tornam essa água potável.
Parece impossível, mas essa travessia oceânica já foi feita em 1984 pelo navegador e escritor brasileiro, Amyr Klink. Ele partiu do sul da África sozinho, usando um barco a remo para navegar mais de 6 mil quilômetros por todo o oceano Atlântico Sul em direção ao Brasil, onde aportou 100 dias depois.
A viagem solitária fez tanto sucesso que seu livro “Cem dias entre Céu e Mar” ficou 31 semanas na lista dos mais vendidos. Ele enfrentou tempestades, tubarões, a escuridão e o isolamento das noites no meio do oceano.
Após 35 anos, nenhum outro brasileiro repetiu essa travessia.
Aventureiro nato
Embora nunca tenha cruzado um oceano remando, Robison está familiarizado com aventuras. Ele cresceu em um motorhome viajando com os pais pelo Brasil e foi autodidata na infância.
Já percorreu diversas vezes o Brasil de moto e, aos 23, fez uma viagem solitária de 150 dias e 25 mil km por grande parte da América do Sul. Morou na Europa por alguns anos e realizou uma viagem de volta ao mundo em 2013, tendo percorrido ao todo 30 países.
“Já atravessei desertos, subi vulcões e percorri os Andes e os Himalaias, mas essa travessia é algo novo, exige um planejamento sem precedentes e estou me dedicando integralmente para fazer isso acontecer”.
De toda essa vivência surgiu o livro “Vida Nômade: Liberdade, Desapego e Aventura”, publicado pela editora O Viajante.
Toda a aventura será compartilhada no Instagram e Facebook pessoais. Robison ainda está procurando patrocinadores para complementar os recursos dessa jornada. Maiores informações no e-mail: [email protected].