Da Inglaterra, professora cria curso de inglês grátis no Alemão
Iniciativa é considerada exemplar pelo movimento Sou Responsável, campanha sem partidos, candidatos ou ideologia apoiada pelo Catraca Livre e pelo Instituto SEB de Educação
A professora carioca Cláudia Bellizzi precisou de boa vontade, algum dinheiro e apoio das redes sociais para realizar o sonho de ministrar um curso de inglês grátis para moradores do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
Ela criou o curso The English Club Alemão diretamente da Inglaterra, onde mora há cinco anos. Tudo é gratuito, inclusive o material didático. As aulas começaram em fevereiro deste ano com três classes de 15 alunos cada uma –duas de crianças e uma de adultos. Duas novas turmas começaram no último dia 14, cada uma com mais 20 crianças da comunidade.
Essa história faz parte da série para o movimento Sou Responsável, cuja meta é estimular o protagonismo dos brasileiros. Em pleno ano eleitoral, o Catraca Livre e o Instituto SEB de Educação decidiram apoiar essa campanha para ajudar o brasileiro a também ser parte das soluções, e não do problema.
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Bellizzi, que atua como professora de inglês há mais de 20 anos, contou que passou a ter uma visão mais crítica sobre os problemas sociais do Brasil desde que se mudou para a Inglaterra. “A vontade de contribuir de alguma maneira, mesmo de longe, era grande. Fiquei triste ao ver quantas pessoas perdiam oportunidades de crescer profissionalmente por não serem fluentes em inglês”, disse a brasileira, de acordo com informações do site G1. “Aí, pensei: vou dar um jeito de oferecer aulas de inglês gratuitas e de qualidade para os moradores de alguma comunidade.”
Ajudas extras
Logo, parceiros e voluntários se uniram ao seu projeto. Pela internet, ela estreitou laços com moradores do Alemão. Por meio de Renê Silva, criador do jornal “Voz das Comunidades”, ela montou o curso. Silva acabou virando aluno.
A Cambridge University Press, editora voltada a projetos educacionais, também entrou no projeto e já começou a fornecer livros e cadernos. O curso também tem recebido doações de cadernos, lápis, canetinhas e outros materiais. As aulas são dadas em uma sala cedida pela Igreja Batista Filha de Sião.
Nathalia Nascimento, estudante de letras da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), foi contratada para dar as aulas. É Bellizzi quem banca os salários da professora, também moradora do Alemão. “A escolha de Nathalia foi feita dentro do conceito que norteou o projeto desde o início: dar vez a pessoas que tenham laços com a comunidade”, explicou a criadora da iniciativa.
Remotamente, ela treinou a estudante e a acompanha à distância. “Eu e Cláudia temos reuniões semanais via Skype e nos falamos diariamente pelo WhatsApp”, contou a “funcionária”.
A professora Elvira Souza, que não é do Alemão e ficou sabendo do curso por meio de uma reportagem, se sentiu motivada com o projeto e também tornou-se professora do curso. “Não sei bem explicar o motivo, mas aquilo mexeu comigo. Tive certeza de que precisava participar daquele iniciativa.”
“Recebemos a visita de americanos e ingleses e ficamos felizes quando percebemos que podíamos conversar no idioma deles”, comemorou uma aluna. “De certa forma, isso muda nossas vidas.”
Leia a reportagem completa no G1