Curso gratuito na Amazônia promove resgate da produção indígena

20/06/2018 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:23

Uma comunidade indígena está recebendo aulas gratuitas de agricultura e ecologia em língua nativa –além do português– no meio da selva amazônica. Eles estão matriculados em um curso de três anos da modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) do Ifam (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas).

Curso gratuito federal em plena selva amazônica ajuda a promover resgate da produção indígena
Curso gratuito federal em plena selva amazônica ajuda a promover resgate da produção indígena

Segundo o MEC (Ministério da Educação), é a primeira vez que uma instituição federal local sai do campus para oferecer um curso em contato direto com os indígenas.

“Os sateré-maués não trabalham longe da família”, explica a coordenadora do projeto, Darlane Saraiva. “Todo aquele conhecimento que eles têm da história do seu povo, de demarcação de território, o que eles cultivam e o que eles cultivaram dentro do território, toda essa história está enraizada também dentro dos estudos de agroecologia com o Ifam. ”

Os professores (alguns também indígenas) partem semanalmente do campus em Maués –a 268 km de Manaus– e percorrem de lancha o rio Maraú até a ilha de Machiles, onde indígenas de sete comunidades se encontram.

“Nessa região onde estamos trabalhando tem ocorrido carência em alguns tipos de alimentos”, diz a coordenadora. “Algumas culturas têm sumido, a caça já não se encontra próxima às comunidades, o peixe nos rios já não tem na mesma quantidade de 20 anos atrás”.

Curso gratuito federal na selva amazônica ajuda a promover o resgate da produção indígena
Curso gratuito federal na selva amazônica ajuda a promover o resgate da produção indígena

“O método de plantio sempre foi de forma tradicional, conforme o conhecimento passado pelos antigos para as novas gerações”, conta Josebias Tuxaua, líder sateré-mawé e um dos idealizadores do projeto. “Por isso o curso é importante para voltar a valorizar, fortalecer e manter esses alimentos que são saudáveis”.

Tuxaua comenta sobre o fato de o curso ser bilíngue. “Tem sido um esforço muito significativo da parte dos professores poderem trabalhar a língua, sendo que isso também é fundamental para o fortalecimento do idioma sateré-maué.”

Com informações do MEC