Descoberto o ancestral selvagem do urucum

25/01/2016 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 19:53

O urucum é um pigmento vermelho intenso de uso milenar entre os índios amazônicos. Adotado pelos colonizadores europeus como um substituto do açafrão, o urucum é hoje muito comum na culinária brasileira, onde é conhecido como colorau.

Segundo dados do IBGE, a produção brasileira em 2012 foi de 12.000 toneladas/ano. Desse total, 60% são destinados à fabricação de colorau, 30% à fabricação de corantes e 10% à exportação –para uso na indústria de cosméticos.

Apesar da sua importância econômica, culinária, cultural e histórica, ainda não se conhecia a origem da sua domesticação. Até hoje não se havia identificado quem seria o ancestral selvagem do urucuzeiro (Bixa orellana), o arbusto domesticado de onde se extrai o urucum. Não mais.

Dados arqueológicos revelam que o pigmento era usado entre os índios do vale do Peruaçu, em Minas Gerais, entre 500 e 1.000 anos atrás
Dados arqueológicos revelam que o pigmento era usado entre os índios do vale do Peruaçu, em Minas Gerais, entre 500 e 1.000 anos atrás

Pesquisadores do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) conseguiram identificar a misteriosa espécie que deu origem ao urucum. Trata-se de um arbusto chamado Bixa urucurana.

O trabalho também identificou a região da domesticação original do urucum como sendo o norte da América do Sul (provavelmente Pará ou Rondônia) –e não o Caribe, onde foram encontrados os vestígios paleobotânicos mais antigos do urucum. O artigo com a identificação do urucum selvagem foi publicado no periódico “Economic Botany”.

O trabalho, que teve Elizabeth Ann Veasey, da Esalq, como pesquisador responsável, é apoiado pela Fapesp.

Via Agência Fapesp