Desenhos animados ajudam no estímulo de crianças autistas
Produções podem amenizar comportamentos repetitivos e restritos
Fã da animação brasileira “Boris e Rufus”, o pequeno Francisco não perde um episódio das aventuras do cão e do furão. Esta rotina tem feito com que o menino, portador de Transtorno do Espectro do Autismo, exercite valores importantes para o cotidiano social.
O amor dele pela série é tão grande que no dia do seu aniversário de 8 anos pediu para conhecer a produtora Belli Studio, em Blumenau (SC).
Após a visita Francisco se tornou ainda mais comunicativo e carinhoso. “A animação transmite sempre um companheirismo, trabalho em equipe, respeito ao próximo e às diferenças. Ele vê os personagens e entende que tem que ser assim com os amigos”, conta a avó Maria das Graças Matos.
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Segundo a psicóloga Roseane Rodrigues Moura, as produções podem amenizar comportamentos repetitivos e restritos, tornar as crianças mais flexíveis e facilitar os relacionamentos. “Alinhadas ao plano terapêutico, favorecem a aprendizagem, vindo de uma forma criativa e imaginativa os contextos e as situações, principalmente as socioemocionais”, explica.
De acordo com Roseane, as animações podem auxiliar as crianças ainda no reconhecimento das emoções, principalmente expressões negativas. “Os desenhos permitem modular suas emoções em diferentes contextos, e também oferecem a capacidade de compreender o que alguém pensa sobre o que outra pessoa acredita”, acrescenta.
Produtora executiva da Belli Studio, Aline Belli, conta que este aspecto informativo e motivacional é avaliado a todo o momento no processo de criação e desenvolvimento das animações.
“Mais do que contar uma história, as animações transmitem uma mensagem. Nosso processo de criação é repleto de carinho, amor, muita pesquisa e cuidado para garantir que a mensagem final seja repleta de conteúdo e auxilie as crianças de uma maneira geral”, explica.
Novas tecnologias
A psicóloga, que é adepta do uso de novas tecnologias em suas sessões de terapia, afirma que os estímulos vivenciados na infância podem garantir que os benefícios se perpetuem até a fase adulta.
“Não só as animações, mas outras formas de estímulo devem ser utilizadas no tratamento das crianças com TEA, como aplicativos mobile e softwares interativos voltados para a área da saúde”, diz.