Desvendar mistérios em até 60 min é a proposta de nova atração de SP
Em tempos de redes sociais, comunicadores instantâneos e jogos online, manter contato com os amigos é simples, o difícil mesmo é estar perto. Bem na contramão desta superficialidade proporcionada pela tecnologia, um novo espaço em São Paulo está fazendo com que pessoas se reúnam e interajam na vida real. Inaugurado em maio de 2015 na Vila Olímpia, o Escape 60 oferece uma proposta diferente de entretenimento.
O local possui seis salas temáticas – cada uma com um enigma diferente – onde grupos de quatro a oito participantes (algumas podem receber mais pessoas) precisam solucionar um mistério em no máximo 60 minutos. Cada sala é relacionada a um roteiro que poderia até mesmo ser o enredo de um filme de suspense ou de ficção cientifica. É preciso correr contra o tempo observando cada detalhe e cada objeto, pois absolutamente tudo pode conter pistas cruciais.
Parece simples? Não é bem assim. A maioria das pistas não são nada óbvias e também não é difícil perder tempo com coisas que só estão na sala para confundir, distrair os jogadores e, obviamente, compor o cenário.
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Na sala é proibido entrar com celular ou com qualquer outro objeto. Tudo fica em um armário do lado de fora, portanto, nem pense que é possível ter uma ajudinha extra. Para se ter uma ideia do nível de dificuldade, apenas 20% dos participantes conseguem resolver todos os enigmas e escapar no tempo limite.
O modelo da atração foi baseado em jogos de aventura de videogame e PC que faziam sucesso nos anos 80, os chamados “adventures point and click” (“aventuras aponte e clique”, em tradução livre). Imitando o mundo virtual, a Ásia foi pioneira em criar lugares que reuniam grupos de pessoas em salas temáticas para solucionar enigmas. A ideia se espalhou para diversos lugares do mundo e finalmente chegou ao Brasil pelas mãos dos sócios Jeannette Galbinski, José Roberto Szymonowicz, Karina Papautsky e Márcio Abraham.
Minha experiência (não há spoilers!)
Juntei sete amigos com habilidades diversas para tentar resolver o mistério da sala “O Laboratório do Dr. Mortare”. Eis o time: Estevam Souza, um analista de sistemas, nerd assumido, viciado em videogame e em jogos de PC, Leandro Martins, administrador de empresas, fã de Agatha Christie e de filmes de aventura e mistério, Juliana Seibel, terapeuta naturopata, doida por Playstation e fera na churrasqueira, Lina Cirilo, arquiteta, mãe de dois cachorros e fanática pelo History Channel, Lika Azevedo, fotógrafa e apaixonada por “Keep Up With the Kardashians”, Cristiano Moura, administrador de empresas, hiperativo, incapaz de se concentrar em um só assunto por mais de cinco minutos e não perde um episódio de Ru Paul’s Drag Race, Ricardo Legiere, advogado, nerd no armário, obcecado por viagens e Netflix, e eu, Tuka Pereira, uma simples jornalista, mezzo geek, mezzo fashionista e que canta, dança e sapateia.
Fomos recepcionados pelo monitor Arthur que, além de introduzir a história do jogo também foi o responsável por vigiar a equipe através de câmeras espalhadas pela sala e por passar dicas para os momentos de desespero.
O mistério era o seguinte: um cientista desenvolveu uma fórmula letal para despejar na estação de tratamento de água e uma divisão especial antiterror teria que descobrir onde está a fórmula para salvar a cidade em até 60 minutos.
Confiantes, determinados e metidos a besta, entramos na sala achando que iríamos ganhar fácil. Claro que esta certeza foi por algo abaixo em pouco tempo, mas começamos relativamente bem, achando pistas e as desvendando. Até então o semblante de todos estava tranquilo e não havia nenhuma tensão no ar.
Quando o jogo começou a chegar perto do fim e ainda não estávamos nem perto de solucionar o enigma, o time se dividiu em três categorias: aqueles que rodopiavam pela sala sem saber o que fazer, aqueles que se conformaram com a derrota iminente e nem se mexiam mais e aqueles que lutaram até o último segundo. Dando nome aos bois: Cristiano vestiu o avental do cientista doido e incorporou o personagem, Lina e Lika se debruçaram em um balcão da sala e por ali ficaram desoladas, Ricardo, que ficou dizendo aos quatro cantos que bateríamos um recorde, começou a fazer cara de choro, mas seguiu adiante, Estevam, Leandro e Juliana foram bravos guerreiros que tentaram todas as possibilidades até o fim, e eu… bem, eu só estava ali para observar para depois escrever esta matéria.
Perdemos, claro que perdemos, mas até que não foi tão feio quanto aqueles 7 a 1 da Alemanha contra o Brasil na última Copa do Mundo. Foi uma derrota digna: ficamos a poucas pistas de salvar a cidade de morrer envenenada.
Avaliação final: Escape 60 é diferente e vale a pena. Além de diversão garantida, o jogo estimula a utilizar habilidades como raciocino lógico, trabalho em equipe, capacidade de solucionar problemas e a de reagir mediante pressão.
Serviço
Escape 60
Endereço: Rua Baluarte, 18 – Vila Olímpia – São Paulo/SP
Telefone: 11-3842-9066
Salas: A Joia da Coroa, o Corredor da Morte; O Falsário; O Laboratório do Dr. Mortare; Operação Resgate e Salvem Nossas Almas
Valores: De segunda à sexta até às 16:20 horas – R$ 69 por pessoa – mínimo 4 pessoas por sala / Dias de semana depois das 16:20, sábados, domingos e feriados – R$ 79 por pessoa – mínimo 4 pessoas por sala
É preciso agendar antecipadamente pelo site
www.escape60.com.br