Dispositivo brasileiro vence prêmio de inovação contra o zika

Um dispositivo capaz de dispensar automaticamente quantidades suficientes de larvicida para manter caixas d’água livres de larvas de mosquito por até um ano foi escolhido como a “solução mais implementável” em um concurso de inovação realizado nos Estados Unidos, no início de abril.

Três brasileiros integram o grupo responsável pelo desenvolvimento do LAD (Dispensador Automático de Larvicida, na sigla em inglês): o engenheiro Marcelo de Castro, fundador da empresa Linpix Software LLC, e os alunos de doutorado da Universidade da Carolina do Norte, em Charlotte, Adriano Schneider e Denis Jacob Machado – este último bolsista da Fapesp.

A ideia de criar o dispensador automático surgiu após Marcelo de Castro ver reportagens veiculadas na imprensa brasileira que mostravam equipes de saúde do governo visitando mensalmente bairros com grande incidência de Aedes para aplicar larvicida manualmente nas caixas d’água.

Tal medida, segundo Denis, não é eficaz no combate ao mosquito, pois, como há muita circulação de água no interior das caixas, o larvicida rapidamente se dispersa.

Em apenas 48 horas, com auxílio de uma impressora 3D, o grupo criou um protótipo do LAD, que no Brasil deverá ser lançado com outro nome. Trata-se de um dispositivo portátil de plástico que fica sob a superfície da água e garante uma concentração segura de larvicida nos reservatórios mesmo após vários ciclos (esvaziar e encher a caixa várias vezes). A equipe estima que a manutenção só seja necessária uma vez por ano.

Realizado no Massachusetts General Hospital, em Boston, o evento Zika Innovation Hack-a-thon 2016 reuniu nos dias 2 e 3 de abril cerca de 150 interessados em saúde global e em inovação com objetivo de criar novas ferramentas para combater o vírus zika e demais patógenos transmitidos pelo Aedes aegypti.

Com informações da Agência Fapesp