Documentário narra a história da 1ª palhaça negra no Brasil
Considerado a principal atração do Circo Guarany nas décadas de 1940 a 1960, o palhaço Xamego era encenado pela atriz Maria Eliza Alves dos Reis. A primeira palhaça negra no Brasil tem sua história contada no documentário inédito “Minha Avó Era Palhaço!”, com direção de Ana Minehina e Mariana Gabriel, neta de Xamego, que será exibido no SescTV, dia 16/6, às 20h.
Mariana, que também sonha em ser palhaça, cresceu ouvindo histórias sobre o tempo de sua avó no circo. “Memórias que não saem da minha cabeça e que carrego com os meus guardados mais preciosos”, comenta. No documentário, essas lembranças vão construindo a história de Maria Eliza por meio de depoimentos da família, de representantes do circo e de especialistas.
Daise Gabriel, filha de Xamego, recorda o início da carreira de sua mãe, com luxo e conforto. Filha do proprietário do Circo Guarany, João Alves, Maria Eliza já nasceu no meio artístico, em 1909.
- Descubra como aumentar o colesterol bom e proteger seu coração
- Entenda os sintomas da pressão alta e evite problemas cardíacos
- USP abre vagas em 16 cursos gratuitos de ‘intercâmbio’
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
Antes de ser palhaço, assim mesmo, no masculino, Maria Eliza foi cantora e formava dupla com sua irmã Efigênia, mas foi no circo, como Xamego, que alcançou o sucesso. Sua música tema nas apresentações era Xamego, de autoria de um amante do circo, o Rei do Baião Luiz Gonzaga, em parceria com Miguel Lima.
“Minha Avó Era Palhaço!” destaca a influência dos negros no espetáculo circense e o preconceito que sofriam nesse meio. Daise fala que seu avô, João Alves, era o único negro em um seleto grupo de proprietários brancos. Entretanto e felizmente, era respeitado e reconhecido. O machismo era outro revés que predominava na época.
Segundo a historiadora Ermínia Silva, o termo palhaça nem existia. “Palhaço era coisa de homem”, afirma. “O feminino de palhaço só vai existir após o surgimento das escolas de circo, no final da década de 1970 e começo de 1980”, explica Ermínia. Seria esse o motivo de Maria Eliza ser um palhaço? Tabajara Pimenta, o homem-foca, acredita que não. “Era ela que fazia questão de não divulgar, penso eu”.
O documentário aborda ainda o momento em que Maria Eliza resolveu ser palhaço; a participação da Caravana do Peru que Fala, do apresentador Silvio Santos, que levava diversos artistas ao circo; e os momentos difíceis do Circo Guarany. Imagens de arquivos e vídeos ajudam a narrar a história dessa mulher forte e decidida, que morreu em 2007, aos 98 anos.
MINHA AVÓ ERA PALHAÇO!
Quando: 16/6, sexta, às 20h (reapresentações: 17/6, sábado, às 20h; 18/6, domingo, às 8h e às 16h; e 19/6, às 5h e às 13h)
Onde: SescTV (Canal 128, da Oi TV) ou no site sesctv.org.br/ao vivo
Classificação indicativa: Livre
Direção: Ana Minehira e Mariana Gabriel