Economista de 75 anos cria sistema para mensurar e gerir a criatividade

Foram 40 anos na área financeira, chegando ao conselho de uma multinacional. Em 2002, ao se “aposentar”, Fernando Faria mudou de ares, de colegas e de desafios –ingressou na agência de design Pande, foi trabalhar com a filha Marta e tinha a missão de tangilibizar a atividade criativa em números.

“Estava entrando em um mundo novo, em que a criatividade é o foco do trabalho”, conta Fernando, hoje com 75 anos, sobre a mudança.

Mas como a criação pode ser mensurada? O economista não tinha respostas. Por isso acompanhou a filha, questionando processos, planilhando resultados e computando faturamento.

Foram necessários dois anos até que, em uma parceria com uma empresa de tecnologia da informação, ele criou um sistema que contempla tudo: faturamento, horas empregadas por projeto, custos com alterações, tempo de dedicação da equipe, tempo-limite para a entrega do trabalho.

Fernando poderia ter pedido exclusividade para o desenvolvedor, mas não quis. Insistiu que o produto fosse oferecido a outras empresas, que ajudam a aprimorar o produto.

Ele conta que, no começo, a equipe estranhou, mas que já está adaptada e comemorando os benefícios, como menos horas trabalhadas, mais facilidade para fazer a gestão e melhor precificação dos trabalhos.

A agência cresceu, focou planejamento estratégico, branding e inovação, “sem deixar de atender clientes na áreas de módulos de ponto de venda e criação de embalagens”, e ganhou novos sócios. “Estamos focados na internacionalização da agência, principalmente nos mercados da América do Sul.”

Fernando garante que não sente falta do ambiente de multinacionais. E acrescenta outro benefício: “Eu trabalhava de terno e tinha 36 no armário. Joguei muitos deles fora”, destaca o CEO da Pande.

Por QSocial

*Este texto faz parte do projeto Geração Experiência, que tem como objetivo mostrar histórias de pessoas com mais de 60 anos que são inspiração para outras de qualquer idade.