Empresa transforma lixo em produtos de design funcional

Os designers Victor Lopes Mascarenhas e Luciana Aguiar Borges, ambos com 27 anos, sentiam a necessidade de usar suas habilidades para melhorar a qualidade de vida das pessoas e solucionar problemas reais. “Mas na época não era isso que fazíamos em nossos empregos”, conta Mascarenhas. “Trabalhávamos em grandes projetos para grandes marcas, criando soluções e produtos para vender coisas que nós mesmos não queríamos comprar e tudo isso para acabar no lixo em pouquíssimo tempo.”

“Então, nos juntamos para pensar em como mudar essa situação e ficou óbvio que o maior problema gerado por cada produto é que eles são feitos para serem jogados fora”, diz Borges. “Foi quando veio a inspiração: lixo não existe na natureza! Nada se perde, tudo se transforma!”

O casal fundou então o Bolei, uma empresa de design de produtos sustentáveis. “Primeiro, criamos três produtos próprios para provar para nós mesmos que poderíamos transformar materiais que seriam jogados no lixo em objetos novos, com grande apelo estético e design funcional”, diz Mascarenhas. “Depois começamos a desenvolver projetos para outras empresas, onde identificamos resíduos e materiais desperdiçados, sugerindo melhorias e alternativas criativas para a transformação desses materiais, como produtos, brindes e até mesmo cartões de visitas.”

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O Clipraia foi uma das primeiras criações e consiste em um suporte para barraca de praia, feito de chinelos de borracha descartados, aqueles que ficam no fundo da gaveta ou que então arrebentam depois de um tempo. Serve para pendurar seu lixo e suas coisas, sem sujar a areia com suas coisas nem suas coisas de areia”, explica Borges. Depois veio o Gramacone, um amplificador de iPhone feito de paletes, discos de vinil e cones.

Com apenas dois anos de existência, a Bolei tem como sede um dos quartos da casa do casal que foi transformado em estúdio e as vendas são feitas pelo site, por telefone ou e-mail.

“Nosso plano agora é crescer. Consolidar novas parcerias, aumentar o portfólio de produtos e desenvolver mais projetos para atingir cada vez mais pessoas, para assim transformar mais coisas e multiplicar nosso potencial de mudança. Um pouquinho de cada vez, cada vez mais”, define Mascarenhas.