Equipamento israelense transforma lixo em biocombustível

01/07/2015 00:00 / Atualizado em 06/05/2020 22:33

O mundo ocidental pode ter se acostumado com os fornos de micro-ondas e fogões elétricos, mas a maioria das populações em desenvolvimento ainda cozinha e aquece seus lares com o fogo aberto. Embora possa parecer um estilo de vida mais camponês e saudável, a OMS (Organização Mundial da Saúde) informa que até quatro milhões de pessoas morrem devido aos efeitos diretos e indiretos do cozimento com combustíveis sólidos, como madeira, carvão e carvão vegetal.

Essa estatística desconcertante despertou a atenção dos inventores israelenses do sistema HomeBioGas depois que a informação lhes foi destacada por ninguém menos que o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon.

O equipamento é o primeiro biodigestor disponibilizado no mercado que, de acordo com o diretor de marketing, Ami Amir, “é tão fácil de usar quanto uma máquina lava-louças”. Para aqueles que não sabem o que é um biodigestor, o produto transforma material orgânico (como restos de alimentos) em um combustível, conhecido como biogás, por meio de um processo anaeróbico realizado em uma atmosfera quente. Esse combustível pode ser usado em uma casa para outros propósitos, como aquecimento. De acordo com Amir, esse sistema não gera maus odores.

Ao inserir restos de alimentos ou qualquer lixo orgânico no biodigestor, os usuários podem gerar biogás limpo e renovável suficiente para cozinhar três refeições por dia. Além disso, os químicos solúveis que sobram do processo de ruptura do biogás (cerca de 10 litros, de acordo com a empresa) podem ser usados como fertilizantes líquidos para jardins e produção de hortigranjeiros, um acréscimo muito útil para agricultores e pecuaristas sustentáveis.

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Desde seu lançamento, a HomeBioGas lançou outros projetos de auxílio nos territórios palestinos, apoiados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e pelo Centro Peres para a Paz, assim como na República Dominicana, onde as populações rurais contribuem fortemente para o problema do desmatamento, devido à necessidade de madeira para cozinhar.

Como a empresa atende principalmente comunidades de poucos recursos, muitos de seus clientes não têm condições de arcar com o envio do produto. Isso significa que a empresa precisa contar com pesados subsídios dos governos e organizações não governamentais, o que pode ser difícil de obter.

Atualmente, o sistema é vendido por cerca de US$ 2.500 (NIS 10.000) a unidade. E, embora a HomeBioGas não tenha nenhum concorrente direto, as alternativas mais baratas e simples disponíveis na China e na Índia representam um desafio devido ao seu preço drasticamente mais baixo.

Via NoCamels