Escola de codificação ajuda imigrantes que voltam ao México

07/05/2018 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:21

Em uma escola do México, falar inglês é uma vantagem para os imigrantes que viveram nos Estados Unidos e voltaram ao país. Mas ali, a única língua que eles realmente precisam saber é HTML.

Muitos imigrantes que viveram por toda a vida em solo estadunidense tiveram de retornar com suas famílias ao México devido a políticas norte-americanas em relação aos estrangeiros e seus descendentes. Além deles, há cerca de 600 mil mexicanos sem documentos, mas com status legal, que estão em risco de deportação nos Estados Unidos.

Pais contaram a Miriam Álvarez, em seus 14 anos, que era ilegal nos EUA; garota está no México
Pais contaram a Miriam Álvarez, em seus 14 anos, que era ilegal nos EUA; garota está no México

O Hola <code /> é um campo de treinamento em engenharia de software na Cidade do México lançado no ano passado para apoiar jovens imigrantes que cresceram nos EUA. O curso intensivo de cinco meses, inspirado em uma escola de codificação de São Francisco, atualmente tem 22 alunos matriculados.

Ao contrário das faculdades e universidades locais, a Hola <code /> não requer nenhuma documentação ou educação anterior –apenas a vontade de aprender.

“Nós hackeamos os obstáculos”, explica Marcela Torres, cofundadora e CEO da escola. “Queríamos eliminar todas as barreiras”.

Após passar em um exame de admissão, os estudantes recebem uma bolsa mensal de US$ 270 (cerca de R$ 956, quase o dobro do salário mínimo mensal mexicano) para que possam dedicar 12 horas por dia ao treinamento. Eles só pagam cerca de US$ 6.000 (aproximadamente R$ 21,2 mil) pelas aulas se conseguirem um emprego.

Marcela Torres, cofundadora e CEO da escola de codificação mexicana Hola <code />
Marcela Torres, cofundadora e CEO da escola de codificação mexicana Hola <code />

“O coração de Hola <code /> é ir contra o clima atual de construção de muros”, diz Torres. “Estamos construindo pontes, mas isso não é caridade. Os estudantes são seus próprios agentes de mudança.”

Muitos imigrantes cresceram falando inglês e quase não têm memória do México, tornando a transição incrivelmente desafiadora. Escolas como a Hole <code/> miram imigrantes qualificados devido à necessidade crescente de engenheiros de software que trabalhem remotamente ou participem do “boom tecnológico” do México. 

Leia a reportagem completa no Mashable