Espanhol cria game contra a malária
O engenheiro e pesquisador espanhol Miguel Luengo criou uma ferramenta de diagnóstico colaborativo que une dois mundos muito distintos: o dos fãs de games e o das pessoas que estão sofrendo com malária.
A doença, típica de países tropicais, mata cerca de 600 mil pessoas todos os anos, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde).
O parasita da malária é transmitido por picadas de mosquitos. O método padrão de diagnóstico da doença é feito por meio de uma contagem do número de parasitas em amostras de sangue, com o uso de um microscópio. O processo pode levar até meia hora para ser finalizado e faltam especialistas que possam se dedicar a esse tipo de investigação.
O game MalariaSpot promete agilizar essa análise. A câmera de um smartphone fotografa uma gota de sangue, que é então enviada para a rede de jogadores, que competem para identificar parasitas na imagem.
“Quanto mais pessoas estiverem jogando, mais rápido será feito o diagnóstico”, disse Luengo, que é pesquisador do Grupo de Tecnologia de Imagens Biomédicas da Escola Técnica Superior de Engenheiros de Telecomunicações da Universidade Politécnica de Madrid, à revista MIT Technology Review.
O game já foi testado em hospitais da África do Sul e de Moçambique.
Segundo ele, que recebeu o prêmio de Inovação Social de 2015 do MIT Technology Review, “20 jogadores podem diagnosticar a presença de parasitas no sangue com a mesma eficácia que um técnico”.
Na versão mais recente, o MalariaSpot Bubbles, são apresentadas ao competidor imagens dos cinco diferentes tipos de parasitas que causam malária no mundo. O objetivo é reconhecê-las e atirar contra mosquitos e bolhas coloridas.
Cada vez que um jogador identifica um parasita, a informação é encaminhada para o laboratório que encaminhou a amostra, o dado é agrupado ao de outros competidores e, em poucos minutos, tem-se o diagnóstico.
Por QSocial