Especialista lança no Brasil animação sobre testes em animais

Desde a década de 30, os cientistas utilizam gatos, cães, ratos, ratos, primatas e outros animais para testar a segurança dos produtos. A ideia é que estes testes poderiam prever quais substâncias podem causar dano às pessoas. “No entanto, agora é amplamente reconhecido que estes testes não preveem os efeitos das substâncias em seres humanos”, explica a norte-americana Aryenish Birdie, especialista em política regulatória de testes, do Comitê de Médicos para uma Medicina Responsável.

Birdie virá ao Brasil no final de novembro para apresentar a animação “Pegada Tóxica (Tail of Toxics)” durante a 5ª Mostra Animal, que acontece em Curitiba entres os dias 29 e 30 de novembro. A criação tem como foco mostrar como esses testes de toxicidade resultam em dores insuportáveis, sofrimento e morte dos animais utilizados sem necessariamente prever resultados para a saúde humana.

“Os cientistas têm que assumir que apesar de que os processos biológicos e físicos de outros mamíferos respondem a substâncias químicas de forma semelhante aos dos seres humanos, os detalhes sobre como cada espécie absorve, metaboliza e excreta esses compostos variam amplamente”, explica. “Neste momento, muitos métodos sem o uso de animais estão bem desenvolvidos e têm demonstrado ser confiáveis.”

Recentemente no Estado de São Paulo, foi sancionado uma lei que proíbe a utilização de animais no desenvolvimento de cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal. Segundo Birdie, cientistas importantes também já recomendam a mudança na metodologia dos testes tanto nos Estado Unidos como na Europa.

https://www.youtube.com/watch?v=OiqgbxWIr0o

“Todos os anos, milhões de animais são explorados em testes de produtos, embora existam outras alternativas. Animais utilizados para esses fins muitas vezes recebem pouca ou nenhuma proteção legal de seus respectivos países”, diz a especialista.

“Nosso objetivo é educar o público sobre esta questão complexa em termos leigos através de um meio envolvente e de fácil acesso”.

O Comitê de Médicos para uma Medicina Responsável, para qual é uma organização científica que combina a influência e experiência de mais de 12 mil médicos, com as ações dedicados de 150 mil membros em todo os Estados Unidos e ao redor do mundo.

“Concentramos nossos esforços para mudar a forma como os médicos tratam as doenças crônicas, como diabetes, doenças cardíacas, obesidade e câncer, prevenindo sobre o uso de pílulas e capacitando os pacientes a tomar o controle de sua própria saúde. Também estamos construindo uma nova maneira de ver a pesquisa, trabalhando incansavelmente por alternativas ao uso de animais em universidades e pesquisas médicas afim de defender os métodos científicos mais eficazes”.