Estudante brasileira cria ‘isopor’ biodegradável a partir da cana

24/12/2015 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 19:52

Um certo dia, ao ver a mãe chegar do supermercado com as compras, Sayuri Miyamoto Magnabosco, de 17 anos, observou que muitos dos produtos adquiridos eram embalados com isopor, material que contribui com o acúmulo de resíduos nos lixões e aterros, e que demora de 100 a 300 anos para se decompor. Ao pensar nisso, a estudante do ensino médio em Curitiba pensou em uma solução: por que não produzir bandejas a partir do bagaço da cana-de-açúcar?

O talento da jovem somado a ajuda da mãe e dos professores fez com que a bandeja biodegradável saísse do papel. Um ano depois, tem até pedido de patente. E uma quantia invejável de prêmios para a garota cientista.

Aos 17 anos, Sayuri Magnabosco coleciona medalhas por suas bandejas de isopor biodegradável
Aos 17 anos, Sayuri Magnabosco coleciona medalhas por suas bandejas de isopor biodegradável

A ideia é simples, da maneira como deve ser um projeto científico no ensino médio, defende o professor Cornélio Schwambach, orientador de Sayuri. A cana ela conseguiu com um vendedor de caldo, perto de casa. Bateu no liquidificador de casa e misturou àquela cola branca caseira, que os mais antigos conhecem bem: farinha de trigo e água, fervidos no fogão.

A parte difícil foi secar no sol. É que o clima de Curitiba não ajudou muito (“alguns eu deixei para secar no forno”). Além de encontrar uma “solução básica” para misturar ao bagaço para impedir a fermentação. Esta é uma etapa importante, pois a bandeja não podia ser tão biodegradável a ponto de estragar enquanto o alimento ainda está próprio para consumo. “Pesquisei nos produtos de limpeza, vi o que era utilizado, e encontrei uma substância que não teria nenhum efeito tóxico sobre o bagaço”, explica ao jornal Gazeta do Povo.

Como conseguiu escolher um produto químico desses? Sayuri conta que foi com a ajuda da mãe, que é farmacêutica e “conhece bastante de substâncias”. Marina, a mãe, nega: “Que nada, ela fez tudo sozinho, é superautodidata”.

Via Portal EcoD