Estudantes desenvolvem alga para combater mosquito dengue
Um grupo de estudantes da UFC (Universidade Federal do Ceará) e da UnB (Universidade de Brasília) está desenvolvendo uma alga capaz de combater o mosquito transmissor da dengue, vírus zika, chikungunya e febre amarela.
A equipe formada por 13 alunos de graduação e pós-graduação das suas instituições trabalha para modificar a espécie de água doce Chlamydomonas reinhardtii.
Segundo Larissa Queiroz, graduada em biotecnologia pela UFC, a ideia é fazer com que a espécie produza uma proteína inseticida (chamada Cry) e seja colocada em caixas d’água e outros locais onde o Aedes aegypti costuma se reproduzir.
- Mosquito da dengue pica por cima da roupa? Veja a opinião de especialistas
- Por que o mosquito da dengue está mais resistente ao inseticida?
- MPox, Coqueluche e dengue: como evitar essas doenças no Brasil
- Surto de dengue no Brasil: os sintomas, como transmite e tudo sobre a doença
“Nosso objetivo é fazer com que a microalga excrete uma proteína tóxica para as larvas do mosquito, que acabariam morrendo. E não haveria nenhum risco para o homem ou animais caso consumissem essa água”, conta Larissa.
Esses seres unicelulares, visíveis apenas no microscópio, foram escolhidos pelo time porque já têm o genoma totalmente sequenciado, são bem resistentes (sobrevivem até em ambiente salino) e porque há uma vasta literatura sobre eles. Já o projeto relacionado ao mosquito da dengue foi escolhido por sua urgência e relevância social, revela Marcus Rafael Lobo Bezerra.
Tanto Marcus Rafael quanto Larissa fizeram intercâmbio em Boston (EUA) pelo programa Ciências sem Fronteiras, e hoje são mestrandos do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia de Recursos Naturais da UFC. Eles planejam se inscrever no International Genetically Engineered Machine (iGEM), um torneio internacional sobre biologia sintética realizado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology).
Na competição, que ocorre entre os dias 9 a 13 de novembro, os participantes deverão desenvolver ações com impacto social, como é o caso desse elaborado pela UFC.
Entre os planos do grupo, está a realização de minicursos e palestras sobre a pesquisa em escolas públicas, para alunos do ensino médio.
A meta é colaborar para que o projeto se transforme em um produto que chegue, de fato, às casas das pessoas.