Estudo alerta para o risco de aquecer o adoçante sucralose

Um estudo feito pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) revelou que o adoçante artificial sucralose –o mais consumido no mundo e, até agora, considerado pelas agências sanitárias o mais seguro– pode se tornar instável e liberar compostos potencialmente tóxicos ao ser aquecido a 98ºC.

A sucralose é uma substância criada em laboratório a partir da modificação química da molécula de sacarose, o açúcar de mesa. À estrutura original são acrescentados três átomos de cloro, o que aumenta em 400 vezes o dulçor e impede a sucralose de se decompor durante a digestão e de ser usada como fonte de energia pelo organismo.

Grupo da Unicamp mostra que a substância se degrada a 98ºC, liberando compostos organoclorados com potencial ação irritante e cancerígena

Seu uso é liberado sem restrições pelos principais órgãos de segurança alimentar no mundo, incluindo o FDA (a agência federal norte-americana que regulamenta e fiscaliza alimentos e remédios) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Porém, ao aquecer a substância em banho-maria por cerca de 2 minutos, os pesquisadores da Unicamp notaram a liberação de compostos organoclorados tanto no gás proveniente da fervura como na fase sólida, ou seja, no caramelo que se formou após a fusão da sucralose.

Essa classe de compostos é considerada potencialmente tóxica e tem efeito cumulativo no organismo. As análises foram feitas com auxílio de técnicas como termogravimetria, espectrometria de massas e espectroscopia no infravermelho.

Com informações da Agência Fapesp