Etanol de 2ª geração se desenvolve com usina em SP e pesquisas
Uma usina em Piracicaba, em São Paulo, aplica uma tecnologia capaz de aumentar em 50% a produção de etanol sem o acréscimo de hectares de área plantada. A ideia da empresa de etanol de cana Raízen é elevar de 2 bilhões para 3 bilhões de litros sua produção anual com a mesma quantidade de matéria-prima usada atualmente. A técnica em questão é o etanol de segunda geração, também conhecido como etanol celulósico.
A partir dessa tecnologia, a palha e o bagaço descartados após a fabricação do etanol de primeira geração são reaproveitados para extrair mais combustível. A tecnologia foi posta em prática por meio de um acordo de longo prazo com a Novozymes, fabricante de enzimas dinamarquesa.
Os testes foram realizados no Canadá, onde engenheiros da companhia trabalharam com biomassa enviada do Brasil. Após quase dois anos de estudos, a empresa partiu para a escala comercial. Em 2013, a usina de Piracicaba foi construída ao lado de uma unidade de fabricação do etanol de primeira geração e iniciou as operações em novembro de 2014.
- Pesquisa mostra mecanismo genético envolvido na forma mais grave de epilepsia
- A merda que vai continuar no seu bolso se Bolsonaro for reeleito
- Pesquisadores criam creme antienvelhecimento feito de maracujá
- Pesquisadores desenvolvem combustível de cogumelo
Feitos os ajustes tecnológicos, 1 milhão de litros foram produzidos no primeiro ano. Em 2016, foram 7 milhões de litros, segundo reportagem da revista “Exame”. O bioetanol emite até 15 vezes menos carbono na atmosfera.
Pesquisas
A evolução no ramo do etanol não aconteceria sem os exaustivos estudos no campo dos biocombustíveis.
Segundo a Unicamp, um dos grandes desafios para tornar mais competitiva a produção de produtos biotecnológicos, como o etanol de segunda geração, é a redução dos custos das enzimas capazes de degradar a biomassa vegetal.
Mas pesquisadores da universidade brasileira conseguiram duplicar a produção dessas enzimas utilizando cepas fúngicas recombinantes. O coordenador do estudo foi André Ricardo de Lima Damasio, líder do projeto de pesquisa e coordenador do Laboratório de Enzimologia e Biologia Molecular de Microorganismos (Lebimo) do Instituto de Biologia da Unicamp.
“Se conseguirmos gerar cepas fúngica superprodutoras de enzimas de forma racional e, assim, reduzir esse preço, será importante”, diz Damasio. “Estamos falando de um potencial de produção de 10 bilhões de litros de etanol de segunda geração.”
Já o pesquisador Leandro Vieira dos Santos, também da Unicamp, desenvolveu linhagens geneticamente modificadas da levedura Saccharomyces cerevisiae para a produção do etanol de segunda geração. O trabalho lhe rendeu o grande prêmio da 21ª edição do Jovem Talento em Ciências da Vida, tradicional competição científica internacional promovida pela Sociedade Brasileira de Bioquímica (SBBq) e pela GE Heathcare.
Com informações do Jornal da Unicamp e da “Exame”