Etiquetas revelam histórias trágicas de quem as produziu

Mesmo com as denúncias sobre lojas que oferecem condições precárias de trabalho pelo mundo, muitos consumidores têm pouco conhecimento sobre a gravidade desse assunto. Para mostrar essa realidade, a ONG canadense Fair Trade Network criou uma campanha nas etiquetas das roupas que revela histórias trágicas de quem as confeccionou.

A instituição, que é voltada para a educação social do consumidor, realizou a ação em parceria com a agência Repense. A campanha procura chamar a atenção das pessoas sobre a situação desumana de muitos empregos pelo mundo, através de relatos reproduzidos nas etiquetas.

Veja imagens da iniciativa:

“100% Algodão. Made in Cambodia por Behnly, 9 anos de idade. Ele acorda cinco horas da manhã todos os dias para ir até a fábrica de roupas onde trabalha. Está escuro quando ele vai e escuro quando ele volta. Se veste com roupas leves porque a temperatura da sala onde trabalha chega a 30º. A poeira na sala enche seu nariz e boca. Ele faz menos de um dólar em um dia que passa lento e sufocante. Uma máscara custaria 10 centavos a fábrica. A etiqueta não conta toda a história”.

“100% algodão. Made in Sierra Leone por Tejan. Nas primeiras vezes em que cuspiu sangue ele escondeu de sua família. Eles não podiam pagar o tratamento médico e ele não podia arriscar perder seu emprego de longa data na plantação de algodão. Um dia, quando caiu em uma convulsão, aquilo não podia mais ser ignorado. O diagnóstico foi de intoxicação por agrotóxicos. A falta de um vestuário adequado o deixou com leucemia na idade de 34 anos. Ele tem duas filhas. Uma delas começa a trabalhar na fábrica no próximo ano. A etiqueta não conta toda a história”.

“100% algodão. Made in Bangladesh por Joya que deixou a escola com 20 anos para ajudar seus dois irmãos e a mãe recém-viúva. Seu pai foi morto quando um incêndio destruiu a fábrica de algodão em que ele operava. Agora ela trabalha no prédio do outro lado da rua onde a fábrica foi queimada. Um constante lembrete do risco que ela corre todos os dias. A etiqueta não conta toda a história”.

Via AdNews