Fã de e-books, Elio Gaspari doa todos os livros a biblioteca

03/12/2014 00:00 / Atualizado em 06/05/2020 17:56

O jornalista Elio Gaspari, 70 anos, acha celular dispensável, mas não vive sem seu tablet nem seu computador. Grande entusiasta de livros digitais, tomou uma decisão radical. Recentemente, doou todos os seus 15 mil livros a uma biblioteca pública e hoje só lê obras eletrônicas.

 
 
O italiano que veio morar no Rio de Janeiro com 5 anos estreou na carreira em 1962, no semanário “Novos Rumos”, do Partido Comunista. Depois vieram “A Notícia”, “O Globo”, na coluna de Ibrahim Sued, “Diário de São Paulo”, “Jornal do Brasil”, “Veja” e “O Estado de S. Paulo”. Foi repórter, editor, correspondente internacional. Hoje seus textos marcados pelo bom humor e pela ironia podem ser lidos nas colunas de política publicadas na “Folha de S.Paulo” e no “Globo”.

Essa preocupação com a digitalização das obras não se restringe à sua biblioteca. Autor de quatro livros fundamentais para a compreensão da ditadura militar no Brasil (“A Ditadura Envergonhada”, “A Ditadura Escancarada”, “A Ditadura Derrotada” e “A Ditadura Encurralada”), providenciou neste ano um relançamento que deu ainda mais sabor a eles, com edições atualizadas e versões eletrônicas dos livros com áudios, vídeos e documentos históricos que fazem parte de seu arquivo. No site Arquivos da Ditadura, é possível acessar parte dos documentos.

 
  - Paula

Há dois anos, Gaspari decidiu escrever o quinto e último volume da série, que vai abordar a reta final do governo Geisel e as crises que marcaram o mandato de João Figueiredo. Ainda sem título, deve ser lançado no ano que vem.

Seu banco de dados impressiona: são nada menos que 50 mil fichas, todas digitalizadas e organizadas num programa que lhe dá todas as informações de que precisa sem que seja necessário ter de recorrer ao arquivo original, que fica guardado em uma sala de seu escritório, em São Paulo.

Esse arquivo teve início em 1984, quando recebeu do general Golbery do Couto e Silva 25 caixas de documentos produzidos pela ditadura, cerca de 5.000 fichas que mofavam na garagem do criador do SNI (Serviço Nacional de Informações).

Assista a um documentário sobre o jornalista:

Por QSocial

*Este texto faz parte do projeto Geração Experiência, que tem como objetivo mostrar histórias de pessoas com mais de 60 anos que são inspiração para outras de qualquer idade.