FabLab disponibiliza máquinas para fabricação digital
Hippies, hackers e makers. Depois das comunidades voltadas à vida simples e dos universitários que criaram seus próprios computadores agora é a vez dos que constroem quase tudo que precisam de forma independente alçarem sua bandeira contra a lógica da grande indústria. Com base na tecnologia, os makers estão na vanguarda de uma nova revolução: a do uso pessoal das impressoras 3D.
No mundo há cerca de 200 laboratórios de fabricação onde você pode, a partir de um projeto virtual, imprimir desde capas personalizadas para celular até mesas, bicicletas e outras coisas mais. E São Paulo está na rota desse movimento.
“Temos aqui cinco máquinas: uma cortadora a laser, uma impressora 3D, uma fresadora pequena e outra grande, e uma cortadora de vinil”, conta o arquiteto Eduardo Lopes, um dos sócios do FabLab.
Inaugurado em junho de 2013, o espaço, localizado no centro da cidade, é o primeiro laboratório independente do Brasil e um dos poucos do mundo não ligado a uma instituição governamental ou de ensino, criado para dar oportunidade de experimentar o esquema “faça você mesmo”.
Crianças manuseiam peças fabricadas a partir de uma impressora 3D[/img]
Para alguns que analisam essa nova onda pelo viés político e ideológico esse é mesmo caminho percorrido pelos ativistas subversivos da contracultura que desde as décadas de 60 e 70 criaram mecanismos contra a industrialização e o domínio de poucos e grandes grupos econômicos.
“A fabricação traz uma ruptura também pelo fato da logística sair da equação de custo. Eu posso usar um designer nova iorquino e fabricar o objeto aqui na Vila Madalena, sem precisar importar. Assim estimulamos a fabricação local e as ideias circulam livremente”.
Ainda em fase de implantação do modelo de negócio que viabilize a sustentabilidade financeira do FabLab, os sócios pretendem aos poucos tornar o laboratório mais acessível para as pessoas com preços baixos e atividades gratuitas. Atualmente, o uso de uma das impressoras 3D, por exemplo, pode variar entre R$ 50 a R$ 100 por hora. “Também vamos criar meios para auxiliar pessoas em situação de risco social”, afirma.