Ficção científica inspira startup aeroespacial britânica

Quem já não teve o sonho de pilotar um daqueles veículos espaciais que aparecem em filmes como “Star Wars” ou nas histórias em quadrinhos dos super-heróis? Esse sonho está cada vez mais próximo de virar realidade à medida que a ficção científica tem se mostrado uma rica fonte de ideias inovadoras para a indústria.

Nos próximos meses será possível testar as primeiras hoverbikes, uma mistura de motocicleta e helicóptero, desenvolvida pela startup britânica Malloy Aeronautics.

O equipamento é a mais recente prova de um projeto inovador inspirado em sonhos juvenis, afinal ela muito se assemelha às 74-Z speeder bikers usadas pelos stormtroopers no filme “Star Wars: O Retorno de Jedi”. Caso mostre-se viável comercialmente, a hoverbike tem o potencial de causar uma revolução no transporte individual e na aviação, segundo analistas.

Tudo começou quando, em seus tempos livres e como um hobby, o neozelandês Chris Malloy construiu um protótipo de uma moto voadora, com a maior parte dos seus componentes feita à mão e utilizando materiais como fibra de carbono, kevlar e alumínio.

Malloy logo percebeu que aquilo poderia tornar-se um bom negócio em função do interesse no equipamento demonstrado por universidades, fazendeiros, empresas de resgate e, principalmente, funcionários da Lockheed Martin, uma das maiores e mais importantes indústrias de armamentos e sistemas de defesa do mundo, que foram visitá-lo na garagem de sua casa em Sidney (Austrália) onde construiu seu protótipo.

Malloy mudou-se para o Reino Unido e fundou a Malloy Aeronautics. Para começar, lançou no Kickstarter um projeto para arrecadar 30 mil libras para desenvolver um protótipo inicial operado como um drone. Em 31 de agosto, ele tinha arrecadado mais do que o dobro (64 mil libras). O próximo passo é desenvolver o novo protótipo da hoverbike, que desde o projeto original de 2011 transformou-se de um bicóptero em um quadricóptero. “Nós mudamos para um projeto de um quadricóptero porque com a tecnologia atual nós não conseguiríamos desenvolver um bicóptero suficientemente barato, seguro e competitivo”, afirma Malloy. O custo do novo protótipo é de US$ 1,1 milhão e ele já está captando recursos para financiá-lo.

Em função de todas as implicações com as questões de segurança e tráfego aéreo –uma hoverbike pode voar a até três mil metros de altitude e atingir 160 km/h–, talvez ainda demore um pouco para a hoverbike substituir os pequenos helicópteros e transformar-se numa alternativa segura e barata de transporte individual.

Segundo Malloy, o projeto da hoverbike não utiliza nenhum componente novo, que já não tenha sido testado. A grande novidade é a forma como os sistemas já existentes estão sendo aproveitados. Ele aposta nessa simplicidade como fórmula para fazer um produto revolucionário.

Para conferir mais casos de empreendedorismo, confira o blog da HSM