Filho de 3 anos acompanha pai em hospital sem reclamar

04/04/2018 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:20

Gabriel Santos, pai de Davi, de 3 anos, estava com dor de garganta, febre e se sentindo muito mal quando percebeu que deveria ir ao pronto-socorro. Sua mulher não estava em casa –ela viaja bastante devido à sua profissão, comissária de bordo– e ele não tinha com quem deixar o filho. Davi, então, teve de acordar de madrugada para acompanhar o pai ao hospital. E fez isso sem reclamar.

Filho de 3 anos acompanha o pai doente ao hospital sem chorar e sem fazer reclamações
Filho de 3 anos acompanha o pai doente ao hospital sem chorar e sem fazer reclamações

De acordo com informações do site Razões para Acreditar, o garotinho não chorou, mesmo sendo tão pequeno e não entendendo direito o porquê de ter sido acordado no meio da noite. Davi ficou o tempo todo ao lado do pai e disse: “Sim. Papai, eu cuido de você”.

O internauta “papaibanana”, o filho Davi, de 3 anos, e a mãe, que é comissária de bordo
O internauta “papaibanana”, o filho Davi, de 3 anos, e a mãe, que é comissária de bordo

Santos mantém um site e está organizando um grupo de pais e mães participativos por meio do endereço virtual. O pai defende que sua presença é de grande importância para o filho e luta para que outros homens  também se dediquem da mesma forma. O internauta se autointitula “papaibanana”.

Veja na íntegra o texto que Santos publicou em seu Instagram:

[Da semana passada] . Enquanto faço a ficha cadastral para ser atendido no hospital, olho pra ele e pela primeira vez me bate um sentimento diferente: Orgulho. . Tirei ele da cama às 4:50 da manhã, porque eu não aguentava mais a dor de garganta. Nunca achei que fosse ter que ir para o pronto socorro pela dor que “dor de garganta” estava causando, mas fui. Com a mãe voando, não tive outra escolha senão levá-lo comigo. . Acordei-o e disse: “Filho, o papai está muito dodói, você me leva no médico?”. . Ele disse: “Sim. Papai, eu cuido de você” – com essa fluência. . Não chorou, não reclamou, não resmungou. Sentou-se na cadeirinha do carro e me levou para o hospital. . Chegando lá, ninguém entendia porque eu estava com uma criança de 3 anos no pronto socorro sendo que não era a criança que precisava de atendimento. Me direcionaram para a pediatria por engano 2 vezes. E quando o médico me chamou, insistiram para que eu deixasse a criança com outro acompanhante antes de entrar no consultório. . “Ele é meu acompanhante” – eu disse orgulhoso. . Me senti amparado. Pra quem é filho único – como eu – essa sensação de ter alguém por perto não é comum. Eu queria abraçá-lo, segurá-lo, fazê-lo entender o quão importante é a presença dele na minha vida. Mas ainda não consegui, ele ainda não entende a dimensão disso tudo. . Meu filho, meu amigo, meu acompanhante.

Uma publicação compartilhada por Gabriel Santos (@papaibanana) em

O “papaibanana” posta com frequência o dia-a-dia da família na rede social e comenta bastante sobre a forma como ele e sua mulher criam Davi. Uma das publicações lembra situações em que é indagado por outros homens sobre o fato de sua mulher trabalhar cerca de quatro vezes por semana fora de casa e ele ficar sozinho com o Davi. Leia:

Estava num churrasco esses dias, no clássico clube do bolinha: mulheres dentro de casa mantendo as crianças vivas, enquanto arriscavam uma vida social, entre elas, homens em volta da churrasqueira, meio que num ritual de sacrifício pela carne sendo queimada. . Papo vem, papo vai, um cara lançou: “Mas diz aí Gabriel, como é aqueles ‘barato’ que você faz na internet? Massa as fotos com teu filho”. . De início, uma galera fica boiando, mas a gente vai explicando: as fotos, os assuntos, as palestras, o propósito, etc. Rolam umas piadas às vezes. Eu adoro. . Nesse dia tinham uns amigos de uns amigos, que não estavam entendendo muito bem que parada era essa de Papai Banana, e como era esse negócio da Vanessa ser comissária de voo, e eu ficar sozinho com Davi uns 4 dias por semana. . “Mas aí você que leva e busca na escola? E você dá almoço, jantar? E você acorda de madrugada?” Um deles lançou uma teoria de que fazer tudo isso com o filho poderia afrouxar o esteriótipo de que pais precisam ter autoridade, serem fontes inesgotáveis de respeito, e causarem medo nos filhos. “Você tá fazendo o papel da mãe, como seu filho vai te respeitar como pai?!” . “Ah mano, em casa isso não funciona. Parece meio coisa de mulherzinha, você lava louça com avental também?!”. Hahahhaa, rimos muito. Enfiei o espeto no olho dele. . Sério agora, se estar ali para o meu filho na saúde e na doença: no passeio do shopping, e nas madrugadas em claro (como ontem!), se brincar de panelas, assistir frozen, dar banho, por pra dormir, se ser essa fonte de proteção inesgotável pra ele, se tudo isso for coisa de mulherzinha, então sim, sou #mulherzinhasim! Há 3 anos virei essa mulherzinha mais orgulhosa que existe ???? . Convido você a postar uma foto do seu marido, fazendo qualquer atividade taxada pela sociedade como sendo da mãe, e utilizando a Hashtag #mulherzinhasim. Não se cale!

Uma publicação compartilhada por Gabriel Santos (@papaibanana) em

Leia a reportagem completa no Razões para Acreditar