“Sempre fui encantado por sardas e como fotógrafo essa paixão ficou ainda mais forte”. É assim que o fotógrafo Bruno Bottaro, 25, define sua inspiração para fazer o Projeto Sardas.

Em agosto deste ano, Bottaro convidou a namorada que tem sardas no rosto a fazer alguns retratos. “Ela as escondia, seja por vergonha ou por não gostar mesmo. Assim como várias pessoas que eu conheço que passaram a juventude recebendo apelidos e por isso usavam maquiagem para camuflá-las”, conta.

“Com o tempo, eu a convenci a fazer as fotos para mostrar-lhe o charme que as sardas trazem, mesmo que sutis. Ela amou o resultado e desde então não as esconde mais”.

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Foi assim que Bottaro deu início ao projeto, a partir da cidade Doutor Pedrinho, a quase 3 horas de Florianópolis (SC), e convidou mais pessoas para serem fotografadas, sempre com foco em perceber a transformação da relação delas com suas sardas antes e depois das fotos.

“É muito gratificante escutar dos fotografados que após verem seus retratos prontos, se sentem mais à vontade com suas sardas e já não as escondem”, conta. Mesmo quando a pessoa continua a não gostar das sardas que tem, em algum momento durante o ensaio, ela sai da armadura e deixa o rosto limpo para ser fotografada. Essa confiança é muito bonita e gratificante”.

A primeira fase do projeto terminará em janeiro de 2015, com uma exposição no Timbó Park Hotel, em Santa Catarina. Até lá, Bottaro pretende fotografar 50 mulheres e homens de todas as idades com sardas no rosto e/ou no corpo.

“Acredito que, assim como marcas causadas pelo tempo, manchas e pintas, as sardas ajudam na criação da personalidade da pessoa. Isso faz parte de seu corpo, de seu rosto, e provavelmente estará para sempre com ela”.